tag:blogger.com,1999:blog-43430632663007666792024-02-24T20:45:25.805+00:00OFFICE MATERIAPEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/02939523461247360839noreply@blogger.comBlogger52125tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-47220735422126196602023-06-29T18:09:00.001+01:002023-06-29T18:09:13.537+01:00Fernando Távora "Longos dias têm cem anos"<p><span style="font-size: x-small;"><br /></span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpAgKXnxItqiIFBa8QrrNJrNThGX4u0s8XsgUHXkO_iCxg5tzrBkXad-IUBclYqF2SY-h_R2BZwzoy4_BaUWVgGjgSRKF1Vo5Udp6C_B3Ctia-1XoBeYwj4IFT3mEpTu1_faFUyrUThP37YAKi_G3Ink6izBECGQRUFZ_e-GneuKdKepzyx66Kh9NrZ-s/s1754/z9lb38n7t9_print_page-0001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1754" data-original-width="1241" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpAgKXnxItqiIFBa8QrrNJrNThGX4u0s8XsgUHXkO_iCxg5tzrBkXad-IUBclYqF2SY-h_R2BZwzoy4_BaUWVgGjgSRKF1Vo5Udp6C_B3Ctia-1XoBeYwj4IFT3mEpTu1_faFUyrUThP37YAKi_G3Ink6izBECGQRUFZ_e-GneuKdKepzyx66Kh9NrZ-s/s320/z9lb38n7t9_print_page-0001.jpg" width="226" /></a></div><br /><span style="font-family: inherit; font-size: x-small;"><br /></span><p></p><p><span style="font-family: inherit; font-size: x-small;"><br /></span></p><p><span style="font-family: inherit; font-size: x-small;">26/06/2023</span></p><p> <span style="color: rgb(var(--color_15)); font-size: 14px; text-align: justify;">Há precisamente 30 anos (1993), ainda eu não imaginava que me iria deslumbrar pelo mundo da arquitectura, inaugurava em Lisboa, mais precisamente no Centro Cultural de Belém uma exposição monográfica em torno da vida e obra de Fernando Távora. Teria desejado participar nesse singular momento, com a propriedade e interesse de hoje, na consciência do significado e da importância que a obra de Fernando Távora tem no panorama da arquitectura e cultura portuguesa no séc.XX.</span></p><p class="font_8 wixui-rich-text__text" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 14px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;"> </p><p class="font_8 wixui-rich-text__text" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 14px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="wixui-rich-text__text" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">A exposição intitulada “Percurso” presenteava-nos a abertura com um terno e expressivo manifesto, um Távora de braços estendidos onde afirmava: “Quereríamos que esta exposição fosse entendida como um apelo à Vida, como uma manifestação de esperança no destino do homem e como uma apaixonada afirmação do significado profundo da Arquitectura.” Fernando Távora e a sua equipa, resumiam os seus 70 anos de vida numa exposição construída em torno dos seus objectos pessoais, das suas memórias, dos seus livros, dos seus desenhos e de 22 projectos de arquitectura. Os possíveis de expor, entre muitos. Um marco que merecia ser repetido possibilitando aos mais jovens, hoje, saborear o traço do mestre com um outro olhar para além do écran do ipad.</span></p><p class="font_8 wixui-rich-text__text" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 14px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;"> </p><p class="font_8 wixui-rich-text__text" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 14px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="wixui-rich-text__text" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Recentemente, a propósito do lançamento do Mapa da Arquitectura de Fernando Távora, a Fundação Marques da Silva, generosamente, disponibilizou um vídeo sobre a inauguração da referida exposição. Curiosamente Fernando Távora confessava o desejo de que dali a 70 anos (em 2063) se realizasse uma nova exposição sobre os 70 anos seguintes àquele data. Alicerçando a ideia de que por essa altura, ainda estaria vivo e o dia da inauguração, dessa segunda exposição, seria o revisitar das “recordações, realidades e sonhos, o passado e o futuro, factos, lugares, imagens, ideias e formas, gentes, viagens e leituras, assim se construindo a vida e obra de um homem e de um arquitecto”. Exposição que a acontecer em 2063, será com certeza um momento importante de reflexão histórica e de efectivo entendimento de uma geração charneira que fundou a “Escola do Porto” e percorreu os caminhos do movimento moderno em Portugal. Estando 2063 ainda longe, no actual ano de centenário do nascimento de Fernando Távora (1923-2005), será incontornável celebrar a obra de um dos maiores vultos da Arquitectura contemporânea Portuguesa. Que entre poucos, soube interpretar a arquitectura moderna internacional e “ajusta-la” ao contexto da arquitectura tradicional portuguesa. Apesar da importância desta irrepetível ocasião, e já decorrido metade do ano, são poucas as iniciativas de homenagem a Távora. Para além da visita guiada do arquitecto João Paulo Rapagão e do historiador Joel Cleto ocorrida logo no início do ano ou o Curso Breve “Arquitecto Fernando Távora: consagrar a vida à verdade” pelo arquitecto Luís Aguiar Branco a decorrer no mês de Maio no Auditório da Biblioteca Almeida Garrett no Porto, não se vislumbram mais iniciativas nos próximos meses. Confesso que esperava um 2023 intenso na revisitação da obra e vida de Fernando Távora, não só pelas razões já referidas, mas sobretudo por entender que as gerações mais novas desejam descobrir a obra de alguém que viveu a disciplina tão intensamente e foi incontornável na definição dos caminhos do movimento moderno por terras lusitanas. A escassez de iniciativas até à data é notória, contudo espero ser surpreendido por uma grande exposição recapitulativa de centenário à imagem da exposição de 1993.</span></p><p class="font_8 wixui-rich-text__text" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 14px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;"> </p><p class="font_8 wixui-rich-text__text" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 14px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="wixui-rich-text__text" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Sabendo do pouco tempo que nos resta, aguardo com expectativa as iniciativas que as entidades responsáveis pela promoção e valorização da arquitectura poderão estar a preparar no sentido de dignificar a obra do consagrado arquitecto em ano de centenário do seu nascimento. Espero não estarmos perante o desperdiçar de uma oportunidade única de justamente fazer história, tal como Agustina Bessa-Luís definia no seu “longos dias têm cem anos”, “E os longos dias passavam, carregados de justo sentimento pelas coisas que devíamos fazer de maneira lesta e durável. Às vezes, não se faziam nunca.”</span></p>PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/07828643942058677776noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-44590166667916260242023-05-05T11:54:00.007+01:002023-05-17T11:14:19.834+01:00Arquitectura a 6%<h3 style="text-align: left;"><span style="font-family: arial; font-size: x-small; font-weight: normal;"><br /></span></h3><h3 style="text-align: left;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYdgNhLd37laYbB2WzariN6qK-LruJGOero0k217GT-Frn9BgDTuB2-EPM0AHFtuKxlXQ4CC4yOrAypNfTfwvzBPq29UNmifE-BLUyAcvaYGZih03WUSXO5vxbx-P9nBWcrDlMsKy5LQS-MPDIgWG9qRepv_2Jro7aEhCjE-rt5KwEWokdtFN9lpho/s830/capa.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="830" data-original-width="594" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYdgNhLd37laYbB2WzariN6qK-LruJGOero0k217GT-Frn9BgDTuB2-EPM0AHFtuKxlXQ4CC4yOrAypNfTfwvzBPq29UNmifE-BLUyAcvaYGZih03WUSXO5vxbx-P9nBWcrDlMsKy5LQS-MPDIgWG9qRepv_2Jro7aEhCjE-rt5KwEWokdtFN9lpho/s320/capa.png" width="229" /></a></div></h3><h2 style="text-align: center;"><span style="font-family: arial; font-size: xx-small;"><u style="font-weight: normal;">https://www.flipsnack.com/rcamacho/construir-481/full-view.html</u></span></h2><h3 style="text-align: left;"><span style="font-family: arial; font-size: x-small; font-weight: normal;">21/04/2023 </span></h3><p style="text-align: left;"><span color="rgb(var(--color_15))" face="arial, "ms pゴシック", "ms pgothic", 돋움, dotum, helvetica, sans-serif" style="font-size: 12px; text-align: justify;">O Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (RJRU) define a “Reabilitação Urbana” enquanto obras de “construção, reconstrução, ampliação, alteração, conservação ou demolição dos edifícios”, constituindo-se assim num conceito abrangente e não circunscrito apenas à “reabilitação de edifícios”. A alteração de paradigma, agora proposta no programa Mais Habitação, no que diz respeito à constituição de “empreitadas de reabilitação” urbana alterando para empreitadas de “reabilitação de edifícios”, vem restringir a aplicação da taxa reduzida (6%) a apenas uma diminuta área da reabilitação urbana, ultrajando o espírito do RJRU e da Lei de Bases da Habitação! Tornando-se assim numa medida violentíssima e profundamente redutora na constituição de novas operações de reabilitação urbana em áreas não condicionadas por Plano Director Municipal, as chamadas áreas de Reabilitação Urbana (ARU).</span></p><p class="font_8 wixui-rich-text__text" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 12px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: left; vertical-align: baseline;"> </p><p class="font_8 wixui-rich-text__text" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 12px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: left; vertical-align: baseline;"><span class="wixui-rich-text__text" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span class="wixui-rich-text__text" face="arial, "ms pゴシック", "ms pgothic", 돋움, dotum, helvetica, sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Se entendo que esta estratégia será uma oportunidade perdida no que diz respeito à promoção do investimento em trechos de cidade não consolidados e áreas rurais, defendo que a verdadeira alteração na aplicação do regime do IVA deveria também ocorrer na fase de projeto, ajustada aos princípios constitucionais. Defendo também a implementação da taxa de regime reduzido transversal a toda a construção (reabilitação) nas suas diferentes fases. A engrenagem de todo este processo ocorreria na execução da prestação de serviços de arquitetura e correspondentes especialidades, apenas e só, para operações relativas a habitação própria, tal como já ocorre em congéneres europeus. Para o cidadão que procura construir a sua residência, a carga fiscal associada (23%), não sendo passível de dedução, jamais será ignorada no momento da tomada de decisão do investimento. Esta alteração, se por um lado facilitará o acesso à habitação através da cobrança de imposto reduzido no projeto e na construção, a introdução de 6% de IVA no custo dos projetos, irá de imediato tornar mais competitiva a prestação destes serviços. Esta medida, não introduziria qualquer alteração orgânica, na tão necessária estruturação/regulamentação dos honorários na arquitetura, contudo possibilitará no imediato e sobre um significativo campo da prestação dos serviços de arquitetura, o aceleramento na sua contratação, defendendo consequentemente esta classe profissional.</span></span></p><p class="font_8 wixui-rich-text__text" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 12px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: left; vertical-align: baseline;"> </p><p class="font_8 wixui-rich-text__text" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 12px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: left; vertical-align: baseline;"><span class="wixui-rich-text__text" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span class="wixui-rich-text__text" face="arial, "ms pゴシック", "ms pgothic", 돋움, dotum, helvetica, sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Com a concretização desta medida, o Estado, preconizava os preceitos há tanto esquecidos no 65º artigo da nossa Constituição, onde “todos têm direito, (...) a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar.” Incumbindo-se de “estimular (…) o acesso à habitação própria ou arrendada” e consequentemente adoptando “(...) uma política tendente a estabelecer um sistema (…) de acesso à habitação própria.” Na concretização destes preceitos, o Estado mais uma vez ajustaria ao concreto a Lei de Bases da Habitação de 2019 onde integra a “reabilitação urbana” na Politica Nacional de Habitação.</span></span></p><p class="font_8 wixui-rich-text__text" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 12px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: left; vertical-align: baseline;"> </p><p class="font_8 wixui-rich-text__text" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 12px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: left; vertical-align: baseline;"><span class="wixui-rich-text__text" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span class="wixui-rich-text__text" face="arial, "ms pゴシック", "ms pgothic", 돋움, dotum, helvetica, sans-serif" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">As medidas recentemente apresentadas pelo Estado através do Programa Mais Habitação, promovem um retrocesso silencioso, mas significativo, com a introdução de um “crivo” sobre o benefício da aplicação do código do IVA nas obras de requalificação e reabilitação. Pelo contrário, o Estado deveria ser mais ambicioso e consequente, introduzindo 6% de IVA em toda a reabilitação e nos custos dos projetos de arquitetura quando destinados para habitação própria.</span></span></p>PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/07828643942058677776noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-63178484898337374132023-03-09T11:36:00.006+00:002023-03-09T11:40:17.357+00:00Sustentável Arquitecto<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3cqy3DXNciA7wXj-rqgnMV2M-QSqIKJvpCoylpRpQ77be9-l6TqBkgAe3squ6PvX92yh88bKvmn1QUYJ5ZoqdY31rHuAcNsuRmlAxE3kmlzHC2VBwOirtXmkXCuTxF76kbBufcKMxEGMkQeib8O4GSoZiYIT3gD5LVM9IMKSrpKKns1v_u8T7WODc/s671/Captura%20de%20ecr%C3%A3%202023-03-09%20111556.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="637" data-original-width="671" height="304" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3cqy3DXNciA7wXj-rqgnMV2M-QSqIKJvpCoylpRpQ77be9-l6TqBkgAe3squ6PvX92yh88bKvmn1QUYJ5ZoqdY31rHuAcNsuRmlAxE3kmlzHC2VBwOirtXmkXCuTxF76kbBufcKMxEGMkQeib8O4GSoZiYIT3gD5LVM9IMKSrpKKns1v_u8T7WODc/s320/Captura%20de%20ecr%C3%A3%202023-03-09%20111556.png" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p></p><p>Expresso</p><p><span style="background-color: white; font-family: "Blacker Pro Text", serif;">Hoje, a profissão de arquiteto tem uma exigência elevada e é por isso que a sua formação tem um percurso mais longo do que o normal – uma licenciatura acrescida da obtenção do grau de mestre. Todavia, e ao contrário de outras, a estruturação da carreira de arquiteto não reflete essa exigência e especificidade, nem no setor público nem no setor privado. Assim, são os serviços de arquitetura os que mais sofrem com esta omissão, tornando a concorrência desleal, inibindo os ateliês/escritórios de recursos para entrar no mercado internacional e deixando os próprios arquitetos reféns de um sistema de honorários/remuneração onde a arquitetura é a atividade mais mal remunerada de todo o ecossistema da construção.</span></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: inherit; font-family: "Blacker Pro Text", serif; margin: 0px 0px 32px; min-height: 0px; min-width: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border: 0px; box-sizing: inherit; margin: 0px; min-height: 0px; min-width: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Por outro lado, o processo administrativo transformou-se num labirinto onde se entra e do qual não se consegue sair, tornando evidente a urgência de se exigir uma burocracia moderna, que utilize apenas os meios indispensáveis para o funcionamento do Estado. Para que isso aconteça, os arquitetos não podem cair no engodo de se culparem a si próprios, desde logo não aceitando responsabilidades insustentáveis nem, tampouco, permitirem que se coloque o arquiteto projetista contra o arquiteto das entidades licenciadoras e vice-versa – isso não faz sentido porquanto o problema reside numa legislação fragmentada e numa organização disfuncional, que a desmaterialização ainda ajudou a complicar.</span></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: inherit; font-family: "Blacker Pro Text", serif; margin: 0px 0px 32px; min-height: 0px; min-width: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border: 0px; box-sizing: inherit; margin: 0px; min-height: 0px; min-width: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Nesta conjuntura, os arquitetos encontram-se perante um dilema, ou aceitam o atual panorama, ou assumem que é tempo de definirem um novo futuro.</span></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: inherit; font-family: "Blacker Pro Text", serif; margin: 0px 0px 32px; min-height: 0px; min-width: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border: 0px; box-sizing: inherit; margin: 0px; min-height: 0px; min-width: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">O arquiteto contemporâneo, sustentável em todas as suas dimensões, é, tão simplesmente, um arquétipo de 28 mil colegas. Do responsável do ateliê ao que trabalha para outros; de quem está na função pública ou no setor privado; é projetista, professor, formador, curador, investigador, promotor ou fiscal; sonha sempre em cada projeto, mas também sofre dia após dia com a dificuldade da profissão.</span></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: inherit; font-family: "Blacker Pro Text", serif; margin: 0px 0px 32px; min-height: 0px; min-width: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border: 0px; box-sizing: inherit; margin: 0px; min-height: 0px; min-width: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">A Ordem dos Arquitectos (OA) escolheu os Açores para, neste início de março, acolher o 16.ª Congresso dos Arquitetos, que decorrerá sob o tema da sustentabilidade. Para suscitar o debate, cerca de 300 arquitetos, envolvidos na atividade associativa, subscreveram um texto denominado de “Sustentável Arquiteto”, uma reflexão centrada na arquiteta e no arquiteto, que se entende ser mais pertinente e urgente do que a pretendida pelo alinhamento oficial do congresso, focada quase apenas na dimensão programática da arquitetura. Trata-se de um documento congregador e focado no futuro, ponderando sobre o momento atual dos arquitetos, as suas principais dificuldades e problemas.</span></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: inherit; font-family: "Blacker Pro Text", serif; margin: 0px 0px 32px; min-height: 0px; min-width: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border: 0px; box-sizing: inherit; margin: 0px; min-height: 0px; min-width: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">E o que pretende o arquiteto atual? Em primeiro lugar, que o conceito de sustentável no arquiteto seja requisito ex-ante da arquitetura sustentável. Que se desconstrua o labirinto burocrático em que o País se envolveu, desejando que a Ordem dos Arquitectos exija medidas concretas ao Estado, mas num contexto de responsabilidade, equilíbrio e bom senso. Que a Arquitetura e os seus serviços sejam reconhecidos como de interesse público, permitindo que os arquitetos reclamem a sua função social. Que a voz dos arquitetos se faça ouvir nas questões de impacto nacional, regional ou local, impelindo a Ordem dos Arquitectos a um papel muito mais interveniente, transformando esta estratégia num correspondente plano de ação para o próximo triénio.</span></p><p style="text-align: left;">https://expresso.pt/opiniao/2023-03-01-Sustentavel-Arquiteto-4e317b24?fbclid=IwAR0F3A9CCOoEzE9Qo_US8ZIuwhGG39gRKm2nvNmomahoRQUwIpHqHhEYYkM</p><p style="text-align: left;">Texto escrito por : <span style="background-color: white; font-family: "Blacker Pro Condensed Display", "Blacker Pro Display", serif; text-align: center;">Arquitetos Avelino Oliveira, Susana Gouveia Jesus, Cláudia Gaspar, Luís Fernando Matos, Paula Torgal, César Lima Costa, Florindo Belo Marques e Pedro Novo</span></p>PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/07828643942058677776noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-88862407000750168532023-02-27T10:04:00.001+00:002023-02-27T10:04:40.111+00:00Noémia Coutinho, ser arquitecta nos anos 60<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwj7JOYbGPhy8pftSE1J4d1zFXqKeZNNrAiELPGpZ_PwonqjQ7UQlEktZnbfp63U2DVsqvQBl31wSAwX-yNH_qC08tXDTEUAY3qZ3Cy8Nvcf_TjGmHKvn-7NEtFL9l2SlC5jBa7EqyHJ2iC9jBuG82yKd_VRgrqNKUT-MdhHLjl583QFwDo2v3-GFS/s1815/Captura%20de%20ecr%C3%A3%202023-02-22%20190232.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="825" data-original-width="1815" height="257" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwj7JOYbGPhy8pftSE1J4d1zFXqKeZNNrAiELPGpZ_PwonqjQ7UQlEktZnbfp63U2DVsqvQBl31wSAwX-yNH_qC08tXDTEUAY3qZ3Cy8Nvcf_TjGmHKvn-7NEtFL9l2SlC5jBa7EqyHJ2iC9jBuG82yKd_VRgrqNKUT-MdhHLjl583QFwDo2v3-GFS/w569-h257/Captura%20de%20ecr%C3%A3%202023-02-22%20190232.png" width="569" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p>Anteprojectos </p><p>Embora a profissão de arquitecto ainda enfrente desafios
significativos em relação à diversidade de género, há esperança
de que a sua equidade se torne uma realidade cada vez mais
presente nesta área, permitindo que mulheres arquitectas sejam
verdadeiramente reconhecidas pelo seu trabalho e dedicação a tão
nobre arte. Comparativamente, a menor remuneração das mulheres,
a falta de promoção e a exclusão de oportunidades de liderança são
efectivamente factores de reflexão e consequentemente desafios que
aumentam de complexidade quando confrontados com a conciliação
da vida profissional e familiar.</p><p> Há mais de 50 anos, as noções sociais eram uma barreira acrescida,
e o trabalho de uma arquitecta por conta de outrem num gabinete
de arquitectura nem sempre era visto com naturalidade. </p><p>Exemplo paradigmático do confronto com esta realidade
é o percurso de Maria Noémia Mourão do Amaral Coutinho nascida
em 1937. Noémia Coutinho ingressa no curso de Arquitectura
da Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP) em 1955,
numa ocasião em que a frequência daquele era ainda
essencialmente masculina. </p><p>Com efeito, poucas foram as alunas do curso de arquitectura
anteriores a Noémia Coutinho. As jovens alunas da ESBAP assumiam
frequentemente a preferência pelo curso de pintura, frequentado
há várias décadas por destacadas artistas portuenses, como
Sofia e Aurélia de Sousa, entre outras. Esta escolha dever-se-ia
em parte à conotação social dos diferentes ofícios, encontrando
o da pintura uma maior aceitação dentro dos conservadores
costumes portugueses. A nível profissional, este contexto levará
muitas das alunas do curso de pintura da ESBAP a seguir o caminho
do ensino como professoras de desenho, sendo o curso de
arquitectura menos adequado a estes propósitos. Esta situação
muda sobretudo após a passagem pelo curso de arquitectura da
ESBAP de Maria José Marques da Silva, filha do arquitecto e professor
José Marques da Silva, que o frequenta a partir de 1933, sendo
esta a primeira mulher a defender uma prova de CODA nesta escola
portuense em 1943. Por essa altura frequentavam já o curso outras
alunas, mas poucas eram aquelas que o completavam. Entre estas
últimas encontram-se as irmãs Helena e Stela Sant’Ana e ainda
Maria Carlota Quintanilha, as quais iniciaram os seus cursos durante
as décadas de 1930 e 1940. Maria José Marques da Silva desenvolve
exclusivamente actividade profissional como arquitecta junto do seu
marido, David Moreira da Silva. As irmãs Sant’Ana tomam como várias
colegas suas do curso de pintura o caminho do ensino, realizando
algumas obras enquanto arquitectas. Por sua vez, Maria Carlota
Quintanilha trabalhará como arquitecta junto do seu marido,
João José Tinoco, como também enquanto professora. </p><p>Noémia Coutinho tomará os caminhos do ofício da arquitectura
de forma distinta das suas colegas mais velhas.
Trabalhou inicialmente com Alfredo Viana de Lima e mais tarde
no gabinete de José Carlos Loureiro e Luís Pádua Ramos, sendo
neste último que desenvolve a maior parte da sua actividade.</p><p>Ao contrário de outros escritórios de arquitectura do Porto,
o gabinete Loureiro-Pádua estava estruturado segundo um modelo
de trabalho no qual os vários colaboradores beneficiavam de alguma
liberdade e independência. Os projectos podiam ser desenvolvidos
pelos colaboradores, mas tinham de ter a aprovação interna
de José Carlos Loureiro ou de Luís Pádua Ramos. Além disso,
alguns dos elementos que compunham cada projecto tinham
de seguir os modelos pré-estabelecidos dentro do gabinete,
tal como sucedia, por exemplo, com os cadernos de encargos. </p><p>O conjunto residencial do Luso é um dos primeiros projectos
no qual este sistema é aplicado, certamente devido à quantidade
de trabalho necessário para o seu desenvolvimento. Assim, a partir
do projecto inicial elaborado por José Carlos Loureiro, o trabalho
a desenvolver para os vários edifícios que compõem este conjunto
residencial será distribuído pelos principais arquitectos que
trabalham no gabinete. Todas as propostas elaboradas por estes
arquitectos são coordenadas por José Carlos Loureiro que não só
define os critérios que as congregam entre si, como também realiza
diversas alterações às mesmas no mesmo sentido, cabendo-lhe,
por exemplo, a definição dos modelos das janelas verticais
e das fachadas azulejadas. </p><p>Esta solução de trabalho evolui ao longo da década de 1960
no sentido de uma maior liberdade projectual dos vários arquitectos,
aproximando-se do sistema empresarial observado, por exemplo,
no gabinete técnico da Hidroeléctrica do Douro, no qual Rogério
Ramos, Manuel Nunes de Almeida e João Archer de Carvalho
desenvolviam separadamente os vários projectos, mas trabalhavam
colectivamente, colaborando mutuamente na sua elaboração. </p><p>Serão vários os projectos elaborados segundo este sistema,
sobretudo na década de 1960. É neste contexto que Noémia
Coutinho fica encarregada da elaboração do projecto para
o Conservatório Regional de Música Calouste Gulbenkian em Aveiro,
o qual apresentará como prova de CODA em 1966. </p><p>Enquanto edifício institucional, cultural e de ensino, o Conservatório
de Aveiro assume um programa complexo que implica necessários
cuidados no domínio da escala, da volumetria, da expressão urbana,
entre outros. Como forma de resolução destas condicionantes,
o programa é disposto num conjunto de volumes fragmentados
que se organizam em torno de um pátio rectangular, de um claustro
e de um anfiteatro ao ar livre. Esta solução arquitectónica deve muito
às novas correntes arquitectónicas então em voga na Europa
e em Portugal, as quais propunham uma nova perpectiva sobre
a arquitectura moderna na qual os valores da arquitectura tradicional
assumem grande relevância. Em Portugal, esta nova perspectiva
assumia corpo em obras de arquitectos como Nuno Teotónio Pereira,
Victor Palla e Bento d’Almeida, Fernando Távora, João Andresen,
Octávio Lixa Filgueiras e, naturalmente, José Carlos Loureiro
e Pádua Ramos. Noémia Coutinho, pela sua proximidade a muitos
destes arquitectos, expressa os valores dessa nova perspectiva
arquitectónica no projecto do Conservatório de Aveiro, conciliando
o betão aparente com materiais e com motivos da arquitectura
tradicional. Como tal, a fragmentação volumétrica traduz-se num
complexo jogo de coberturas em telha, numa fenestração dinâmica
e em trabalhos de carpintaria mais ou menos complexos, elementos
de projecto que participam no processo de articulação do grande
anfiteatro com as restantes componentes do programa, de dimensão
mais reduzida. </p><p>Devido a esta anatomia geral, o edifício do Conservatório de Aveiro
enquadra-se na sequência de outros projectos do gabinete
Loureiro-Pádua, como a Casa Júlio Resende em Gondomar (1961),
a Escola Primária da Glória em Aveiro (1964-67) ou a Estalagem
Zende em Esposende (1965-72), mas também com outras coevas destas, tais como a Igreja do Sagrado Coração de Jesus em Lisboa,
de Nuno Teotónio Pereira e Nuno Portas (1961-1970), e o Convento
das Irmãs Franciscanas de Calais em Gondomar, de Fernando Távora
(1961-71). </p><p>Tal como outras obras do gabinete Loureiro-Pádua, o Conservatório
de Aveiro reflecte preocupações comuns à produção arquitectónica
deste escritório, situação que se reflecte em elementos como
o caderno de encargos, o qual segue o modelo comum a trabalhos
ali anteriormente executados, recebendo este projecto, tal como
os restantes do gabinete, a chancela final de José Carlos Loureiro
e Luís Pádua Ramos. </p><p>Noémia Coutinho prosseguirá a sua actividade dentro do gabinete
Loureiro-Pádua após a apresentação da sua prova de CODA.
Participou em obras como as do Mercado de Barcelos, cujo pátio
apresenta semelhanças várias para com o claustro do Conservatório
de Aveiro, do edifício do Banco Nacional Ultramarino em Braga,
do Banco Borges & Irmão na Rua Infante D. Henrique no Porto,
ou do Hotel Solverde na Granja, sempre colaborando de perto
com José Carlos Loureiro e Luís Pádua Ramos. </p><p>Dedicou sempre especial atenção, por exemplo, ao uso da cor,
à relação com as pré-existências e à integração dos novos edifícios
na cidade, num contexto de época marcado pela rápida volatilização
da arquitectura corrente de matriz oitocentista. </p><p>Noémia Coutinho foi sem dúvida uma arquitecta de destaque
na sua época com um percurso diferenciado e disruptivo dentro
dos costumes conservadores da sua geração. A singularidade
do seu percurso enquanto uma das primeiras mulheres licenciadas
em Arquitectura, assim como os seus contributos no ensino
da Arquitectura, permitem reconhecer hoje, a par com a sua obra
construída, a importância do seu trabalho. Um percurso que deverá
ser valorizado e reconhecido enquanto um importante e significativo
legado na história da Arquitectura em Portugal. <br /><br />https://www.anteprojectos.com.pt/2023/02/23/noemia-coutinho-ser-arquitecta-nos-anos-60/</p><p>Texto escrito por : Pedro Novo e José Pedro Tenreiro</p>PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/07828643942058677776noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-89469866121743157742023-02-22T19:00:00.006+00:002023-02-24T18:33:16.453+00:00Noémia Coutinho e as mulheres na arquitectura<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3ugxwHyjqw6cvpJpX-qw--Wwl4Px4eX_qp2G154fetx9J4y_5t7SPeThEqZsX8T44AcLx85d23RHjhGldrWhpiDFx2HeuS0mXruQcxEflHAFShrHiaCuoBsePfur4ONlsokVtszJIbs-qaKKTWeSpu324ZoxW8-nK9l71b3jM4ZEaDOLzAlI6hKp9/s919/Captura%20de%20ecr%C3%A3%202023-02-20%20110127.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="822" data-original-width="919" height="286" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3ugxwHyjqw6cvpJpX-qw--Wwl4Px4eX_qp2G154fetx9J4y_5t7SPeThEqZsX8T44AcLx85d23RHjhGldrWhpiDFx2HeuS0mXruQcxEflHAFShrHiaCuoBsePfur4ONlsokVtszJIbs-qaKKTWeSpu324ZoxW8-nK9l71b3jM4ZEaDOLzAlI6hKp9/s320/Captura%20de%20ecr%C3%A3%202023-02-20%20110127.png" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Observador</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><p class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 15px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Historicamente a indústria da arquitectura é predominantemente dominada por homens, encontrando as mulheres reconhecidas dificuldades no seu quotidiano laboral, conflitos de discriminação de género e o seu “esquecimento” em posições de liderança. Num universo de vinte e sete mil arquitectos, cerca de 43% são mulheres, contudo a visibilidade nos meios de comunicação, entre colegas de profissão ou em universidades continua a ser eminentemente masculina, assim como a cultura de atelier continuadamente classista.</p><p class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 15px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Apesar de relevância e proeminência no contexto nacional, onde figuras como Olga Quintanilha, Helena Roseta, Maria Manuel Godinho de Almeida, Gabriela Tomé, Luísa Pacheco Marques, Maria Soledade de Sousa, Ana Vaz Milheiro, Patrícia Santos Pedrosa, Ana Tostões, Inês Lobo, Filipa Roseta, Patrícia Barbas, Mercês Vieira, Helena Vieira, Ana Jara, Andreia Garcia ou Luísa Bebiano, entre muitas outras, têm desenvolvido nas mais diversas áreas de intervenção enquanto arquitetas, não poderão ser ignoradas e a sua singularidade negligenciada pela história.</p><p class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 15px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><br /></p><p class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 15px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Maria Noémia Coutinho (1937-2017) foi sem dúvida uma arquiteta de mão cheia, com um percurso diferenciado para a sua época e disruptivo dentro dos costumes conservadores da sua geração, que viam na pintura e mais tarde no ensino do desenho, o caminho nas Belas Artes fora dos preceitos de uma profissão profundamente masculina. Ingressa no curso de Arquitectura do Porto, em 1955, e inicia o ofício com Viana de Lima e mais tarde no atelier de José Carlos Loureiro e Pádua Ramos. Neste último, fica encarregada da elaboração do projeto para uma “Escola de Iniciação de Arte”, atual Conservatório de Música Calouste Gulbenkian em Aveiro, o qual apresentará como prova final de curso em 1966. Noémia Coutinho prosseguirá a sua atividade dentro do gabinete Loureiro-Pádua, colaborando em obras como o Mercado de Barcelos, Banco Nacional Ultramarino em Braga, Banco Borges & Irmão no Porto, ou o Hotel Solverde na Granja, revelando através do conjunto um percurso sólido e pejado de qualidade tal como demonstrara na escola de Aveiro.</p><p class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 15px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><br /></p><p class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 15px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Noémia Coutinho, tal como tantas outras mulheres com distintos e valorosos percursos no ofício da arquitetura, merecem ser lembradas e reconhecidas enquanto insignes mulheres que necessitam de lutar em dobro num “mundo” ainda sem equidade de género. A sensibilização e a promoção da diversidade de género na Arquitetura são catalisadores de inovação e oportunidade profissional. Tal como Patrícia Santos Pedrosa alega, a defesa da mulher não pode ou deve ocorrer enquanto “mulher arquitecta”, mas sim numa esfera universal de “mulher na Arquitetura”, onde a valorização das várias práticas implicadas no fazer arquitectura, cidade e território são primordiais. É urgente e necessário o desenvolvimento de processos de reflexão e ação no âmbito da equidade de género e neste campo o trabalho que a Associação Mulheres na Arquitectura tem desenvolvido nos últimos tempos tem sido muito frutuoso.</p><p class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 15px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><br /></p><p class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 15px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;">A Maria Noémia Coutinho não poderá ser apenas um exemplo inspirador para tantas outras mulheres arquitetas – nós, arquitetos e arquitetas, teremos de ser também Noémias da promoção da equidade de género!</p><p class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 15px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><br /></p><p class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="font-size: 15px;">https://observador.pt/opiniao/noemia-coutinho-e-as-mulheres-na-arquitetura/</span></p><p></p>PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/07828643942058677776noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-72667435020023325552023-02-22T18:57:00.004+00:002023-02-24T18:33:43.890+00:00Lisboa Submersa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhq33PUS8N3f6mXqcmgoIhbvI8TUCiIuNZxbQQIQTffdpHJd8rVTIk3LW6zXj1kWFXptueD40He6GE9p9GGSHHQfN3r1KS_11V8ZCbdr7uI42gF7-G38ZoED33oARRrD0AflhH-E1Ee6h0TPMwBXEaSyvBV2RGmGPcY5yiuDn7egHNbiAWbGeh630fu/s965/Captura%20de%20ecr%C3%A3%202023-02-20%20110035.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="832" data-original-width="965" height="276" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhq33PUS8N3f6mXqcmgoIhbvI8TUCiIuNZxbQQIQTffdpHJd8rVTIk3LW6zXj1kWFXptueD40He6GE9p9GGSHHQfN3r1KS_11V8ZCbdr7uI42gF7-G38ZoED33oARRrD0AflhH-E1Ee6h0TPMwBXEaSyvBV2RGmGPcY5yiuDn7egHNbiAWbGeh630fu/s320/Captura%20de%20ecr%C3%A3%202023-02-20%20110035.png" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">Diário de Notícias</div></div><p></p><p class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 15px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Em ano de centenário do nascimento do arquiteto Victor Palla, que bom é recordar Lisboa retratada em Lisboa, Cidade Triste e Alegre. Nesse poema gráfico, editado na década de 50 do Séc. XX pelos arquitetos Victor Palla e Manuel Costa Martins, relata-se uma Lisboa debruçada sobre o Tejo, de uma topografia moldada pela força das águas e de gentes umbilicalmente ligadas ao horizonte atlântico.</p><p class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 15px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><br /></p><p class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 15px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Muitos anos passaram e a "nossa" Lisboa é outra, mais do que nunca, carece de ser mais participada cívica e politicamente na sua transformação. A definição do novo "desenho" do Aeroporto e a sua localização numa perspetiva macro de cidade, o "redesenho" das ciclovias da Almirante Reis e a consolidação do Martim Moniz, a solução para os frequentes problemas de mobilidade urbana e agora o flagelo das recorrentes inundações que colocam em causa a qualidade do planeamento urbano das últimas décadas, são hoje complexidades que as atuais "velocidades contemporâneas" não podem justificar.</p><p class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 15px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><br /></p><p class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 15px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Face a estes problemas de escalas diferenciadas, a resposta terá de ocorrer consubstanciada em soluções mais sistémicas no desenho da cidade, no espaço público e no edificado. A área metropolitana de Lisboa tem que mobilizar a sua enorme comunidade que pensa o espaço urbano, onde em particular arquitetos, paisagistas e urbanistas deverão ser chamados de forma responsável a colocar o seu saber e competências em conjunto com os outros intervenientes em prol no desenho do território.</p><p class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 15px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><br /></p><p class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 15px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;">A propósito das cheias de 1967 na cidade de Lisboa, Gonçalo Ribeiro Teles afirmava que "a Cidade e o Campo são construções do homem! Construção sábia é quando em benefício da comunidade ou profundamente negativa quando em benefício de alguns..." e é aqui que reside a chave do processo. A tecnocracia deverá imperar não fundando a resolução através do milagre do agora. É no planeamento estruturado, alicerçado em conhecimentos técnicos e apoiado por vontades políticas que o beneficio se repercutirá em favor da comunidade. Na certeza de que das grandes obras ao impasse inseguro, nesses investimentos, distam poucos centímetros políticos.</p><p class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 15px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><br /></p><p class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 15px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;">As recentes inundações em Lisboa vieram mostrar, mais uma vez, que a população terá que se adaptar aos novos tempos ditados pelas alterações climáticas. A cidade funcionará amiúde em situação de fenómenos extremos, pelo que a resposta imediata tem que se estruturar em soluções flexíveis e humanamente exequíveis, permitindo que agora, arquitetos e engenheiros, finalmente assumam um papel preponderante na qualidade de vida das cidades, cabendo por fim aos políticos delinear esforços para que estes possam executar o planeado.</p><p class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 15px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Acordámos sobre uma Lisboa Submersa de incertezas, tal como a Manhã de Virgílio Ferreira.</p><p class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); font-size: 15px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><br /></p><p class="font_8" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; color: rgb(var(--color_15)); margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; pointer-events: auto; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="font-size: 15px;">https://www.dn.pt/opiniao/lisboa-submersa-15491993.html</span></p>PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/07828643942058677776noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-11147341082544301252022-09-13T13:46:00.020+01:002023-02-22T18:51:38.748+00:00Hugo Landeiro Domingues<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9eEa2B6MhoMlxYiIcFWHiYwtP3dFHmgZYF_neDUqngvWNfUu2mcEZkk17SVyBHmTRJUDldym1PGHUILt8_wW268p-RIrgIlkry-GJFyVsNHpjvRAgYfvjbIffsDCj1NonFigZf1khDCbGQQQBq9QDDOKOYyZNQ0LncfD8nykX3erbBFeeJlbrqg5c/s2835/comemora%C3%A7oes%20275%20aniversario%20da%20cria%C3%A7ao%20do%20concelho%20do%20fundao.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2835" data-original-width="2126" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9eEa2B6MhoMlxYiIcFWHiYwtP3dFHmgZYF_neDUqngvWNfUu2mcEZkk17SVyBHmTRJUDldym1PGHUILt8_wW268p-RIrgIlkry-GJFyVsNHpjvRAgYfvjbIffsDCj1NonFigZf1khDCbGQQQBq9QDDOKOYyZNQ0LncfD8nykX3erbBFeeJlbrqg5c/s320/comemora%C3%A7oes%20275%20aniversario%20da%20cria%C3%A7ao%20do%20concelho%20do%20fundao.png" width="240" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div><p></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: times;"><span style="font-size: 11,0000pt; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Hugo Landeiro Domingues, fundanense de gema com raízes à Aldeia das Aranhas, terra de seus pais. Em menino brincou e construiu a sua personalidade pelas ruas do Fundão, junto de outros “artistas” que conheceu no seu percurso pelo agrupamento de artes da Escola Secundária do Fundão. É talvez nesta época que Hugo Domingues aguça a sua paixão pelas terras da Beira e em particular pela Serra da Gardunha.</span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: times;"><span style="font-size: 11,0000pt; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Atingida a maio</span></span><span style="font-family: times;">ridade ingressou na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Design de Comunicação e onde regressaria, anos mais tarde, para frequentar o mestrado em Design de Comunicação e Novos Media. Era também pós-graduado em Comunicação e Imagem pelo IADE e em Marketing de Eventos e Produtos Turísticos pela Universidade da Beira Interior.</span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: times;">Foi também professor convidado na Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco, no curso de Design de Comunicação e Produção Audiovisual, onde era conhecido pela exigência e rigor, pelo questionamento e entusiasmo que tentava transmitir às gerações mais novas, nas várias disciplinas que leccionava.</span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: times;"><span style="font-size: 11,0000pt; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Enquanto designer de comunicação, iniciou o seu percurso pela capital, assumindo a direcção criativa de várias agências de design de comunicação e publicidade onde teve oportunidade de trabalhar para clientes como a EDP, FNAC, GALP, PT COMUNICAÇÕES, Agência LUSA, Tranquilidade ou Singer, entre muitas outras multinacionais.</span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: times;"><span style="font-size: 11,0000pt; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Com espírito empreendedor e paixão pelo seu trabalho, sempre acreditou que conseguiria responder aos desafios colocados, independentemente da dimensão dos clientes. Ao fundar a sua primeira empresa, dividia o tempo entre o Litoral e o Interior, colocando o design ao serviço do desenvolvimento e da criação de valor territorial. Contribuiu para a atual identidade territorial da cidade, fazendo nascer reconhecidas marcas como a Cereja do Fundão, o Encontro do Vento ou o aclamado Festival dos Caminhos da Transumância, mais conhecido por “os Chocalhos”.</span><span style="font-size: 11,0000pt; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: times;">Realizou ainda consultoria em projectos de inovação, marketing, branding, design e identidade territorial e implementou produtos locais de onde se destacam em particular marcas como a “iNature” de promoção de turismo sustentável em áreas classificadas, a “Grande Rota da Transumância” e as “Rotas da Gardunha”.</span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: times;"><span style="font-size: 11,0000pt; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">A sua paixão pela tipografia permitiu-lhe criar diversas fontes tipográficas, que podem ser encontradas nas mais diversas publicações ou identidades, como é o caso da Casa da Cereja ou da renovação da identidade do Jornal do Fundão. Foi criador, coordenador e editor de diversas publicações locais e regionais, como a revista Solstício e o Almanaque Ocaia de matriz regional e que versam sobretudo as temáticas da natureza e da região da Beira interior. Em parceria com outros agentes locais, foi também ele criador, dinamizador e colaborador em eventos culturais como o TeatroAgosto ou o Solstício - Festival da Natureza.</span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: times;"><span style="font-size: 11,0000pt; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Parceria, foi um termo </span></span><span style="font-family: times;">que sempre fez parte do seu léxico e assim se entende que tenha sido membro activo de diversas associações de dinamização e desenvolvimento territorial, cultural e turístico de Beira Interior.</span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: times;"><span style="font-size: 11,0000pt; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">O seu portfólio é infindável e quase impossível de enumerar.</span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: times;"><span style="font-size: 11,0000pt; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">Nenhum obstáculo da sua vida o fez parar. Com a generosidade que lhe era característica, partilhava ideias com todos e plantava criatividade em vários pontinhos da Beira Interior. Com irreverência e astúcia, arriscava. Era perfeccionista e todos os seus trabalhos revelam-se num encontro entre um conhecedor exímio da região e um designer genial.</span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: times;"><span style="font-size: 11,0000pt; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">O Hugo nunca disse não a mais um desafio! Homem de pensamento ousado para os seus pares e repleto de uma identidade universal, com um profundo conhecimento das coordenadas identitárias do interior.</span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: times; font-size: 11,0000pt; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-spacerun: 'yes';">O Hugo merece ser recordado pela sua vida de partilha, pelo legado que deixou à cidade, às suas gente</span><span style="font-family: times;">s e sobretudo a este território que tanto amou. </span></p>PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/07828643942058677776noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-29763390527610227332022-07-08T19:43:00.005+01:002022-07-08T19:46:23.286+01:00A "barreira Invisível" - Notas sobre um dispositivio cénico<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><br /><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgNYQRbWuE4dljuz2KVN0GyTwgCGAfx5P9Rpcm516Z1ZqIbk72So5tFLaY1lywXIJZjw0oRybfO7HA581ehr3pxPWrstkXKxmPpG74Jt7SRgr6i0RAETLQ3DUD1Jms8y9dBww5upc7LEVadgX7_R5n5Dhv5av8BoPVyuokYk5l6XjZ3XERh-OW9NFp/s615/avenida%20pedro%20novo5.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="615" data-original-width="358" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgNYQRbWuE4dljuz2KVN0GyTwgCGAfx5P9Rpcm516Z1ZqIbk72So5tFLaY1lywXIJZjw0oRybfO7HA581ehr3pxPWrstkXKxmPpG74Jt7SRgr6i0RAETLQ3DUD1Jms8y9dBww5upc7LEVadgX7_R5n5Dhv5av8BoPVyuokYk5l6XjZ3XERh-OW9NFp/s320/avenida%20pedro%20novo5.JPG" width="186" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjThq9byZlMNf80XMqEcNnlAAAPHfVHMuz5ej5vGsEQh_HR0q4Rs_PMXhLWC9921wK-OW8jFqZMIqMD9utIw641aOjJ94-B_pW_xxKbVKzNnxQKpgzNlmoE4s2c2YszjH3SIKT0bTVe9mmgXA241nedzvhYTb_gK4NKWBm5KSDcvGqb-Zp7qOeiKPWh/s861/Avenida%20pedro%20novo.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="861" data-original-width="482" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjThq9byZlMNf80XMqEcNnlAAAPHfVHMuz5ej5vGsEQh_HR0q4Rs_PMXhLWC9921wK-OW8jFqZMIqMD9utIw641aOjJ94-B_pW_xxKbVKzNnxQKpgzNlmoE4s2c2YszjH3SIKT0bTVe9mmgXA241nedzvhYTb_gK4NKWBm5KSDcvGqb-Zp7qOeiKPWh/s320/Avenida%20pedro%20novo.JPG" width="179" /></a></div></div></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuxU2MYjgt2wqJB_DNOvegXl1l5o7GQapJ5Uoge_Yzli5tGufvVGK8Mf56KQrthSWiuPnktzCN3ksTXbQNRtziwTyaxSS3hI9gdLN8ITTGoJzTd9bOvdSJw0nPLg_lk6gIyxgAAp6ZdjpUMbuzpL5FPp15AJR6NGHeYo9NbeForQZuCkqLTLTJEnlv/s859/avenida%20pedro%20novo2.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="859" data-original-width="481" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuxU2MYjgt2wqJB_DNOvegXl1l5o7GQapJ5Uoge_Yzli5tGufvVGK8Mf56KQrthSWiuPnktzCN3ksTXbQNRtziwTyaxSS3hI9gdLN8ITTGoJzTd9bOvdSJw0nPLg_lk6gIyxgAAp6ZdjpUMbuzpL5FPp15AJR6NGHeYo9NbeForQZuCkqLTLTJEnlv/s320/avenida%20pedro%20novo2.JPG" width="179" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQFDDLogOsuQhnh9b2_hNTiwlWWoYOzxY6m75y0Ra8KJHk_wqEo5tJlCxplz5o5J4x4kB6KCGaiMyotQu8z298WHCITyPnMVKzyEJDdRmzRV_W8w7WykYDuxMheFcv7NJDvI1VDBsKKVomVnr7rApJFqINFdqOWTFiEXTY_cS1hSef9LxqGzbF9Uc1/s863/avenida%20pedro%20novo4.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="863" data-original-width="481" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQFDDLogOsuQhnh9b2_hNTiwlWWoYOzxY6m75y0Ra8KJHk_wqEo5tJlCxplz5o5J4x4kB6KCGaiMyotQu8z298WHCITyPnMVKzyEJDdRmzRV_W8w7WykYDuxMheFcv7NJDvI1VDBsKKVomVnr7rApJFqINFdqOWTFiEXTY_cS1hSef9LxqGzbF9Uc1/s320/avenida%20pedro%20novo4.JPG" width="178" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAoSEVcJ5SZQrJ02ZC2Fy0Lf8JuNkmMejTAYyMX5NwTmvVd6qhKRSBaZGSPsNUSm1TS1VJPXJxFMQssZx_706OiZbquhwpVBuhkNQnes_OUJW9JrGXP8TDTKYon0sh4T5J8-su2F3ngP8HjTn4aEAOwqaGxvVe3nQ7HYiF5eYVMjO73kHQCKDIwfGi/s858/avenida%20pedro%20novo3.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="858" data-original-width="481" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAoSEVcJ5SZQrJ02ZC2Fy0Lf8JuNkmMejTAYyMX5NwTmvVd6qhKRSBaZGSPsNUSm1TS1VJPXJxFMQssZx_706OiZbquhwpVBuhkNQnes_OUJW9JrGXP8TDTKYon0sh4T5J8-su2F3ngP8HjTn4aEAOwqaGxvVe3nQ7HYiF5eYVMjO73kHQCKDIwfGi/s320/avenida%20pedro%20novo3.JPG" width="179" /></a></div><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">As questões em torno do “limite”
sempre me intrigaram aquando da análise das relações humanas no quotidiano
urbano. Perante o desafio de reflectir sobre uma ou a “Avenida” e seu contexto,
em particular na polis do Fundão, duas questões surgiram de modo vincado: a
velha máxima do arquitecto Nuno Garcia – “Fundão, a cidade de risco ao meio” e
qual o entendimento sobre a definição de um eixo viário que ao longo dos tempos
se tornara numa extensa Ágora dos tempos modernos. É na base desta mutação de
certa forma tentacular entre dois conceitos avenida/ágora que a expansão da
democratização do espaço, em particular neste lugar do Fundão, não ocorre tradicionalmente,
apenas e só nos limites de uma Praça. Desde a década de 60 do século passado
que este eixo é o motor de transformação, onde o espaço-tempo se reflecte no
exercício da vida quotidiana sobre “layers” muito bem explanados nas
“Velocidades Contemporâneas” de Alexandre Melo. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">“Cercar uma horta ou um jardim é
comum; não, cercar um império.” Diria Jorge Luís Borges aquando dos relatos de
sinólogos sobre a decisão singular de Qin Shi Huang de erigir a
grande muralha da China. A “barreira invisível” é um fenómeno que o
inconsciente produz segundo o nosso background social e que Edward T Hall
constrói no conceito de<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“dimensão
oculta”. A dimensão oculta, no seu entendimento é definida pelo espaço que
“trabalha “ num constant exerccio de aproximação, de afastamento e que
sobretudo possibilidta os nossos afectos e relações humanas sem que conscientemente
entendamos essas evidências. Para Edward T Hall que categoriza
determinadas reacções particulares entre pessoas <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>e o espaço, enquanto dimensões ocultas inconscientes.
Nessa medida baliza o conceito em quarto dimensões de partilha do espaço:
íntima, pessoal, social e pública. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Perante os layers das
“velocidades contemporâneas”<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de
Alexandre Melo e a as relações sociais da “dimensão culta” de Edward T Hall
reconheço que uma fotografia do arquivo do Jornal do Fundão sobre um dos
passeios da Avenida da Liberdade na cidade do Fundão agregava com rigor as
velocidades e relações que ocorrem na longa ágora da cidade.</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjyad0_qOSAmX1Eq_j9dC92ykKm2-4rSTZcHBA40h5EUpkbL-Xk1K3Vb34XO5Pb4XTCJzu9Wn3plmo5C90uu-pupvGHK0702hkZ5MgcKybtDbTOuQdc725ih2siGa1zhLxl6JL_nA0M6Pz5VWA2Evhb6CUUVCkF2IKkw5xN7IWM9kLRwPoVFq3QXTXo" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="2045" data-original-width="2922" height="224" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjyad0_qOSAmX1Eq_j9dC92ykKm2-4rSTZcHBA40h5EUpkbL-Xk1K3Vb34XO5Pb4XTCJzu9Wn3plmo5C90uu-pupvGHK0702hkZ5MgcKybtDbTOuQdc725ih2siGa1zhLxl6JL_nA0M6Pz5VWA2Evhb6CUUVCkF2IKkw5xN7IWM9kLRwPoVFq3QXTXo=w320-h224" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Os layers são aparentemente visíveis
no reconhecimento das diferente velocidades de apropriação do eixo viário pelos
automóveis e do passeio pelos transeuntes. A problemática estava em cima da
mesa e a formula de como compactar todos estes cenários num contexto plano de
uma só dimensão, era o desafio. O eixo palco-publico é virtuoso mas limitador,
contudo a premissa era desafiadora. <o:p></o:p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Assim arrancámos para o desenho
de uma estrutura que servisse de barreira. Um limite que construísse a
fronteira entre o social e o privado mas que potenciasse outras dimensões. Que
permitisse viajar tal como Lewis Carroll
lançou Alice para “o outro lado do espelho”. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">De um modo minimalista foi criada
uma estrutura de madeira constituída por diferentes módulos de se acoplam de
modo orgânico mas com ordem certa. Todos os módulos são diferenciados e
constituídos de uma segunda estrutura no seu interior que permite a colocação
de adereços de figurismo dos actores. O volume dos adereços provoca
consequentemente uma “espessura”, uma densidade, que se transforma numa
membrana atravessável e não reconhecida pelo público. É este processo de
atravessamento que permite a definição das viagens tempo e espaço. A personagem
poderá navegar temporalmente entre anos ou décadas para o mesmo espaço ou para
outro local qualquer com intimidade diferenciada do anterior. Por outro lado a
encenação acabou por descobrir a potencialidade do processo introduzindo a
mutação dos actores em diferentes personagens aquando dos atravessamentos. Perante
este exercício, a lógica estava ganha, contudo a “Avenida” tinha muitos layers.
e para os materializar a estrutura “fonteira” tinha de poder rodar, recuar e
avançar por forma a estrangular ou libertar a dimensão entre actores e publico.
<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A Amália, como carinhosamente o
encenador a denominou, tornou-se também num personagem com riqueza simbólica e
profundamente estruturante no contexto da peça. Mais tarde percebi que o nome
do dispositivo cénico não era um acaso. Era também uma dimensão oculta, um fado
cantado de uma história de uma cidade... das cidades!</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgc_5CVyUygwZM4bq0DkVNizYkifBKtFYvRc0uiaHGOzA-JRutqHMn5d8hpGN18usD8HcO_QLDZvnUHAAM2SVRd7TnSb9MxvcaPQQVIsJcajJLhtZNTql55wl2Qcg-FTOwYRk0brc86fmRY1CsdgoeJpmfCmr8WHk-WxJScby4zZ5kzDNUuOP74GNLN" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgc_5CVyUygwZM4bq0DkVNizYkifBKtFYvRc0uiaHGOzA-JRutqHMn5d8hpGN18usD8HcO_QLDZvnUHAAM2SVRd7TnSb9MxvcaPQQVIsJcajJLhtZNTql55wl2Qcg-FTOwYRk0brc86fmRY1CsdgoeJpmfCmr8WHk-WxJScby4zZ5kzDNUuOP74GNLN=w320-h240" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh82T8cFRsPv9NIXPsCQlRhgeQHgEWyWBGHgO3YOYggot0Oxg_inKe0dFjcjUOOKwvdNmTRsoLNkr3labKudj2zgAnh5zpvV2ZoP2OirvRCKvDzglDBPE_XxQKcLs_FX5oZ91dJG-37_FJ9903cOgTMMRRwv_J8G3YIAAWM2leWSt8wTItmb3t5SOvV" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh82T8cFRsPv9NIXPsCQlRhgeQHgEWyWBGHgO3YOYggot0Oxg_inKe0dFjcjUOOKwvdNmTRsoLNkr3labKudj2zgAnh5zpvV2ZoP2OirvRCKvDzglDBPE_XxQKcLs_FX5oZ91dJG-37_FJ9903cOgTMMRRwv_J8G3YIAAWM2leWSt8wTItmb3t5SOvV=w320-h240" width="320" /></a></div><br /><o:p></o:p><p></p></div><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /><br /></p>PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/02939523461247360839noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-9743494468697791062022-07-01T11:40:00.008+01:002023-02-24T18:34:01.384+00:00Norte Júnior, do Rossio ao Chiado<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh4UDumaUPgs9GFn-M5SEip0kg_RQyQGgXPBm3Pwg-TByJkpuhMWn-UWBFoK098owX1y1oBmB71tD6rXsbO6cCS1ZIYcJiG99imHpKVYL-xKBukFKCarbGsmlI1YBvQPSDYxKekrUbC1Ai80PsQOCXZSC_relYoVydJIotobboOkrSn2NbbZk944TkK" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh4UDumaUPgs9GFn-M5SEip0kg_RQyQGgXPBm3Pwg-TByJkpuhMWn-UWBFoK098owX1y1oBmB71tD6rXsbO6cCS1ZIYcJiG99imHpKVYL-xKBukFKCarbGsmlI1YBvQPSDYxKekrUbC1Ai80PsQOCXZSC_relYoVydJIotobboOkrSn2NbbZk944TkK" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="1591" data-original-width="1125" height="302" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh4UDumaUPgs9GFn-M5SEip0kg_RQyQGgXPBm3Pwg-TByJkpuhMWn-UWBFoK098owX1y1oBmB71tD6rXsbO6cCS1ZIYcJiG99imHpKVYL-xKBukFKCarbGsmlI1YBvQPSDYxKekrUbC1Ai80PsQOCXZSC_relYoVydJIotobboOkrSn2NbbZk944TkK=w214-h302" width="214" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEioMLmuftL36nPjC0N8y6YDREwbmyXxcVcJnm7uBgvs3QDCSqSpoLilPrTA7dLSDqY6vZ732nX77HfzNnNTjFTRi7bqC7-Kh9utsFulVdTs8TC0UgvG3KHn-oXoddig1ByigXDgj09teBpEyVM8AMV9T7CYHnt79aXyGvOffX72Gf5L7DUoVCGzfvTA" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="1581" data-original-width="1125" height="304" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEioMLmuftL36nPjC0N8y6YDREwbmyXxcVcJnm7uBgvs3QDCSqSpoLilPrTA7dLSDqY6vZ732nX77HfzNnNTjFTRi7bqC7-Kh9utsFulVdTs8TC0UgvG3KHn-oXoddig1ByigXDgj09teBpEyVM8AMV9T7CYHnt79aXyGvOffX72Gf5L7DUoVCGzfvTA=w217-h304" width="217" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEj-zDyRULT-q84VVl2UAudto-7wlzaDOkAu8XyVTF-lTAv3AREh0DQE82OIeVCg5YNll63gTq7pO_i4gAnCEKRBDOejT4PtJkCQ7e0e8wTYOmilsYl-hYekuKo0pnVwXLeAtYAwLS3JTpmzqOgLmFix_qo7mnLmPBdnZoo706JqQiDtBBVDiN6Foyxy" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="1593" data-original-width="1125" height="308" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEj-zDyRULT-q84VVl2UAudto-7wlzaDOkAu8XyVTF-lTAv3AREh0DQE82OIeVCg5YNll63gTq7pO_i4gAnCEKRBDOejT4PtJkCQ7e0e8wTYOmilsYl-hYekuKo0pnVwXLeAtYAwLS3JTpmzqOgLmFix_qo7mnLmPBdnZoo706JqQiDtBBVDiN6Foyxy=w217-h308" width="217" /></a></div><br /><br /></div></div></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Swis721 BT",sans-serif" style="mso-ansi-language: PT;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>No panorama da arquitectura lisboeta do início
do século XX destacam-se os nomes de vários arquitectos que assumem um papel de
relevo a nível nacional, ditando os caminhos da evolução e renovação constante
de modelos ornamentais, de modos de edificação e de sistemas construtivos. Uma
destas figuras de relevo é Manuel Joaquim Norte Júnior, arquitecto que inicia a
sua actividade nos primeiros anos de Novecentos e que, sendo desde cedo
galardoado em diversas edições do Prémio Valmor, se torna um dos principais
arquitectos de Lisboa na segunda e na terceira décadas do século.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Swis721 BT",sans-serif" style="mso-ansi-language: PT;">Norte Júnior,
como é designado abreviadamente desde então, nasce na véspera de Natal de 1878
em Lisboa, sendo filho de um artífice do mundo da construção, designadamente um
carpinteiro de origem algarvia, situação comum a muitos outros arquitectos do
seu tempo. Após completar o seu curso de arquitetura em Lisboa, prossegue os
seus estudos enquanto pensionista do Estado em Paris. Após o seu regresso a
Lisboa, a sua primeira obra de destaque é a Casa-atelier do reputado pintor
José Malhoa, situada numa esquina da Avenida 5 de Outubro, a qual projecta em
1904 e pela qual recebe o Prémio Valmor do ano seguinte. Entre as suas obras
mais conhecidas no domínio residencial urbano estão o Palacete de José Maria
Marques situado na Avenida Fontes Pereira de Melo, conhecido por albergar a
sede do Metropolitano de Lisboa, obra que projecta em 1911 e pela qual recebe o
Prémio Valmor de 1914, bem como os grandes e inovadores edifícios mandados
erguer pelo Visconde de Salreu na Avenida da Liberdade entre os números 206 e
208, igualmente com frente para a Rua Rodrigues Sampaio, projectados a partir
de 1912 e galardoados com o Prémio Valmor de 1915, além do edifício da esquina
da Rua Braamcamp com a Rua Castilho projectado em 1921. A estes podemos ainda
somar a sede de “A Voz do Operário”, projectada em 1912 para um local de
destaque junto da Igreja de S. Vicente de Fora, ou os Armazéns Abel Pereira da
Fonseca, projectados em 1917 para o Poço do Bispo. Para além dos limites da
capital destacam-se vários projectos que realiza para a Costa do Sol e,
sobretudo, o Palace Hotel das termas da Curia e o edifício da Sociedade
Amor-Pátria na cidade açoreana da Horta.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Swis721 BT",sans-serif" style="mso-ansi-language: PT;">Sendo no princípio
do século XX, a zona da Baixa Pombalina e do Chiado, o território de maior
destaque urbano em Lisboa no domínio comercial, também ali Norte Júnior deixará
a sua marca em diversas obras de referência e de transformação urbana,
assumindo frequentemente posições de grande destaque e visibilidade nas
principais artérias e espaços, tais como a Rua Garrett, a Rua do Carmo, o
Rossio e a Rua Augusta.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Swis721 BT",sans-serif" style="mso-ansi-language: PT;">A primeira
obra de grande destaque projectada por Norte Júnior neste território de matriz
pombalina corresponde ao Café Chave d'Ouro, encomendado por Joaquim Albuquerque
em 1915 para a frente poente do Rossio. A intervenção realizada por Norte
Júnior, durou apenas até meados da década de 1930, quando uma remodelação e
ampliação do Café Chave d’Ouro ditou o total desaparecimento dos elementos
datados de 1915-1916. O projecto era caracterizado sobretudo pela sua
representação exterior, de grande exuberância formal. A fachada sóbria
setecentista é rasgada no piso térreo e primeiro andar por um vistoso
frontispício ricamente ornado escultoricamente. Este frontispício assume uma
composição assimétrica, com um tramo de vão único do seu lado esquerdo,
relativo a uma tabacaria, e um tramo mais largo do seu lado direito,
correspondente à entrada no café. É este ultimo que assume maior destaque, com
uma composição tripartida no piso térreo, onde a porta em posição central surge
flanqueada por duas colunas estilizadas em mármore, e um janelão único no piso
superior, sendo todos os vãos caracterizados pelos seus remates superiores em
arco abatido. Sobre a porta central, interrompendo a cornija curva com volutas,
emerge uma figura humana alada segurando uma lanterna sobre uma faixa com a
designação do café. Lateralmente, rematando as ombreiras do vão tripartido,
surgem dois mascarões e, superiormente a estes, duas luminárias. Rematando
superiormente toda a composição é disposto um medalhão com a data de 1916.
Apesar da curta existência desta obra, alguns dos seus elementos serão
retomados em projectos seguintes de Norte Júnior para este território.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Swis721 BT",sans-serif" style="mso-ansi-language: PT;">O Edifício do
Crédito Predial Português, erguido em plena Rua Augusta, constitui a maior obra
de Norte Júnior neste território. Por este motivo, este edifício destaca-se das
dominantes edificações de origem pombalina pela sua fachada marcadamente
ecléctica com elementos clássicos estilizados de um modo geométrico, indiciando
já em 1919 as vindouras influências Art Déco observáveis com maior clareza num
desenho proposto para os portões térreos, que não chega a ser executado.
Ressurgem aqui as colunas como elemento marcante da entrada principal, feita
agora por três altas portas localizadas num tramo central, mais largo,
flanqueado por outros dois tramos mais estreitos, separados daquele por duas
altas pilastras estilizadas. Os interiores, inteiramente alterados na década de
1970, eram um reflexo da tripartição do alçado principal, sendo que os postais
de entrada permitiam aceder a um amplo átrio de múltiplo pé-direito, num espaço
de planta quadrangular com os pilares de gosto geometrizante nos ângulos
contrastando com o pavimento em mármore com desenho clássico ainda hoje
existente.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Swis721 BT",sans-serif" style="mso-ansi-language: PT;">A mais
conhecida obra realizada por Norte Júnior na zona do Chiado corresponde à
remodelação e ampliação do espaço ocupado pela firma Teles e C.ª, o celebrado
Café "A Brasileira", realizada em 1922. Fora em 1905 que se instalara
aqui o estabelecimento de venda de cafés da firma Teles e C.ª, num espaço
anteriormente ocupado por uma camisaria. Com o sucesso do negócio e a
necessidade de introdução de novas valências, o espaço passa a funcionar
igualmente como café em 1908. Catorze anos volvidos, Norte Júnior é chamado
para projectar as obras de ampliação do espaço incluindo a sua ostentosa
ornamentação interior. O edifício residencial de matriz pombalina apresentava
já nos primeiros anos de Novecentos o seu piso térreo transformado pela
introdução de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">devantures</i> em ferro
fundido, uma das quais correspondente ao espaço comercial da firma Teles e C.ª.
Esta <i style="mso-bidi-font-style: normal;">devanture</i>, de três vãos, é agora
substituída por um frontispício de elaborado desenho ecléctico na qual se
repete a estrutura inicial tripartida em ferro fundido, agora com uma nova
ornamentação e enquadrada por um arco de volta inteira e por duas esculturas
situadas nos extremos laterais, projectando-se sobre o passeio apelando à
entrada no interior do café, numa conjugação da arquitectura e da escultura
ornamental que suplanta o modelo já expresso anos antes no Café Chave d’Ouro. O
espaço interno, uma sala estreita e comprida, é marcado pelo seu pavimento em
mármore preto e branco, pelas duplas pilastras de mármore preto e capitéis
dourados ritmando as paredes laterais, pelos seus lambrins de madeira, pelos
seus espelhos e pelos seus estuques, acrescentando-se a estes a elaborada
parede de fundo com frontões enquadrando um relógio central. O balcão do café ocupa
o lado à direita, transpondo para a planta do espaço comercial a tripartição da
fachada. O café será o epicentro de um importante círculo artístico e cultural
da capital, sendo por este motivo que logo entre 1922 e 1923 vários dos
artistas que o frequentam realizam um conjunto de pinturas em tela, dentro das
correntes artísticas mais vanguardistas, sendo aquelas expostas nas paredes do
café. Entre os seus autores estão Jorge Barradas, Eduardo Viana, Almada
Negreiros e Stuart Carvalhais. As pinturas originais são vendidas em 1969, mas
em 1971 outras telas de artistas contemporâneos, como Carlos Calvet, Eduardo
Nery e Nikias Skapinakis, vêm ocupar o espaço das anteriores. O agora celebrado
Café "A Brasileira" acaba por se tornar num dos cafés mais concorridos
de Lisboa também pela sua relevância enquanto espaço de comunhão e participação
da comunidade intelectual e artística da cidade. Escritores e artistas de
renome como Almada Negreiros ou Fernando Pessoa encontraram ali um lugar de
debate e inspiração para gerações futuras. De relevar que os actuais
proprietários ainda hoje promovem esta singularidade permitindo o contacto do
visitante com objectos pessoais de Fernando Pessoa dignamente ali expostos.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Swis721 BT",sans-serif" style="mso-ansi-language: PT;">A assiduidade
de Fernando Pessoa motivou a inauguração, nos anos 1980, da estátua em bronze
da autoria de Lagoa Henriques, que representa o escritor sentado à mesa na
esplanada do café. Com toda a importância que teve na vida cultural do país,
mantém hoje intacta a sua identidade, quer pela especificidade da sua
decoração, quer pela simbologia que representa por se encontrar ligada a
círculos de intelectuais.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Swis721 BT",sans-serif" style="mso-ansi-language: PT;">Em 1925 Norte
Júnior volta a conceber um projecto de relevo para a zona do Chiado, desta vez
para a Rua do Carmo, designadamente o estabelecimento comercial da Joalharia do
Carmo, detido então por Raul Pereira e adquirido posteriormente pelo ourives
portuense Alfredo Pinto da Cunha. Este espaço ocupa os espaços inferiores da
chamada "muralha do Carmo", um alto muro de suporte das estruturas do
antigo convento arruinado pelo terramoto de 1755. A muralha fora nobilitada e
reconstruída em 1911-1912 segundo um projecto da autoria do arquitecto Leonel
Gaia que passou pela introdução de arcos e de pilastras amplamente espaçadas.
Os espaços térreos de uso comercial são ocupados em 1925 pela Luvaria Ulisses,
a sul, seguindo-se a Joalharia do Carmo. É esta última que é projectada por
Norte Júnior, ocupando o espaço correspondente a um arco abatido cujo vão é
tratado de forma semelhante ao do frontispício de "A Brasileira", com
uma ornamentação ecléctica em ferro fundido. O pequeno espaço interior é
caracterizado por um primeiro compartimento de planta rectangular ao qual se
sucede um outro, disposto por expansão do canto esquerdo do primeiro, de planta
arredondada, onde se inclui uma escadaria de acesso à sobre-loja. Por oposição
aos elementos de ferro da fachada, no interior a ornamentação assume uma clara
influência Art Déco presente em lambrins, vitrinas e no próprio guarda-corpos
da escadaria. Apesar dos seus cerca de 100 anos de existência, o espaço
comercial mantém a sua actividade de joalharia, mas agora em exclusivo sobre o
trabalho minucioso do ouro na arte da filigrana, em sintonia com os preceitos
de rigor introduzidos no desenho da concepção da fachada.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Swis721 BT",sans-serif" style="mso-ansi-language: PT;">No ano
seguinte Norte Júnior realiza uma nova intervenção de relevo no contexto dos
edifícios de matriz pombalina, desta vez retornando à Rua Garrett. No edifício
da esquina defronte de "A Brasileira" estava instalado desde 188 um
estabelecimento comercial fundado pelos irmãos António e Ramiro Leão. Em 1926
um incêndio destrói parcialmente o edifício e este estabelecimento comercial,
conduzindo à necessidade de ali realizar uma profunda renovação. Neste
contexto, a intervenção de Norte Júnior passa simultaneamente pelo interior da
loja bem como pela modernização das fachadas. No primeiro caso, destaca-se a
introdução de vários elementos de destaque. Um deles é uma das duas escadarias,
a qual apresenta pinturas murais concebidas pelo pintor João Vaz (1859-1931)
representando o Palácio de Queluz, a Boca do Inferno, a Torre de Belém, o
Mosteiro dos Jerónimos e a Basílica da Estrela, juntando-se a estas um vitral
com motivos vegetalistas e animais. Outros são o emblemático ascensor que, tal
como os restantes espaços do interior do estabelecimento, é ornado numa
estilização Luís XVI, enquanto que nos tectos surgem três pinturas a óleo
elaboradas por alunos da escola Afonso Domingues com base em desenhos de João
Vaz. No exterior a intervenção de Norte Júnior destaca-se sobretudo pela
introdução de um torreão em balanço sobre as fachadas no próprio cunhal,
atribuindo-lhe um maior destaque urbano ao torná-lo uma charneira entre a Praça
Luís de Camões e o eixo comercial do Chiado.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Swis721 BT",sans-serif" style="mso-ansi-language: PT;">Em 1929 Norte
Júnior realiza uma nova intervenção para o quarteirão do Café Chave d’Ouro,
elaborando o projecto para a renovação das instalações do centenário Café
Nicola, o qual fora adquirido igualmente por Joaquim Albuquerque. Esta nova
intervenção vem em linha com os pressupostos já observados nas fachadas dos
cafés Chave d’Ouro e de "A Brasileira", bem como da Joalharia do
Carmo, com a tripartição da fachada, o recurso a elementos escultóricos de
relevo e a aplicação de luminárias lateralmente, assinalando exteriormente o
café. Os elementos verticais que estabelecem a tripartição do grande vão são
novamente constituídos por duas colunas em mármore, à imagem do café projectado
por Norte Júnior para o mesmo quarteirão em 1915. Estas colunas, que aqui
assumem uma clássica ornamentação de ordem jónica, suportam agora uma verga
curva rematada lateralmente por exuberantes volutas, as quais enquadram a
designação do café. O projecto de Norte Júnior terá igualmente abrangido o
mobiliário e utensílios utilizados no interior. No entanto, desta intervenção
resta hoje apenas o frontispício de desenho ecléctico, uma vez que o espaço
interior foi somente seis anos depois alterado profundamente seguindo um
projecto do arquitecto Raul Tojal, o qual ali empregou uma ornamentação de um
gosto Art Déco tardio que certamente difere da inicialmente proposta por Norte
Júnior.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Swis721 BT",sans-serif" style="mso-ansi-language: PT;">Nas décadas
seguintes Norte Júnior realizará novos projectos para o território lisboeta da
Baixa e do Chiado, como é o caso da remodelação do já desaparecido
estabelecimento comercial Américo Lima na Rua Augusta e de um edifício na mesma
artéria, entre outros. No entanto, as obras realizadas na década de 1920 ainda
existentes são aquelas que assumiram maior destaque urbano e aquelas que
revelaram um maior contributo para a modernização arquitectónica do núcleo
comercial da capital, mantendo-se como símbolos vivos da dinâmica cultural e
artística ali dominante durante várias décadas do século XX, nomeadamente o
Café "A Brasileira" e a Joalharia do Carmo, duas obras ainda hoje
preservadas na sua integralidade.</span></p>https://www.anteprojectos.com.pt/2022/05/27/case-study-norte-junior-do-rossio-ao-chiado/<div><br /><div style="text-align: right;"><span style="font-size: xx-small;">Texto em co-autoria com José Pedro Tenreiro</span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-size: xx-small;">Jornal Anteprojectors nº332</span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-size: xx-small;">Maio 2022</span></div></div>PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/07828643942058677776noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-67198297341434925782020-04-30T01:19:00.000+01:002020-04-30T01:19:28.917+01:00Ordem em Transição<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<div style="background-color: white; color: #222222;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="color: black;"></span></span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1Fo7i5nT_hFPHbCO29ObjzByprYkcnzbZFP0U4bDaHTNvg420zWybcwHRu9EP4Q-qOq8I7cMHd-x3G7nI7muEj2bTd7xhC7mq11mnHXk7YQQlEV91fRtcyIeUrjkXtcsp20j-5rO03f0/s1600/Construir+411.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1Fo7i5nT_hFPHbCO29ObjzByprYkcnzbZFP0U4bDaHTNvg420zWybcwHRu9EP4Q-qOq8I7cMHd-x3G7nI7muEj2bTd7xhC7mq11mnHXk7YQQlEV91fRtcyIeUrjkXtcsp20j-5rO03f0/s200/Construir+411.jpg" /></a> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzeHzh3_xH8JmgWhhr1RgMSjYLKIP1fkudghU6D4-z0Tjrx0MAK1x6pv7O1FS9MLnt3ipX-Wuw9CMxlcIKgcHv9YhyphenhyphenW9jvSVzpFOBwICyghOgCe0UdaXokit71-SlV6O62bHT_YW0dZII/s1600/Construir+411+-+Pedro+Novo.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzeHzh3_xH8JmgWhhr1RgMSjYLKIP1fkudghU6D4-z0Tjrx0MAK1x6pv7O1FS9MLnt3ipX-Wuw9CMxlcIKgcHv9YhyphenhyphenW9jvSVzpFOBwICyghOgCe0UdaXokit71-SlV6O62bHT_YW0dZII/s200/Construir+411+-+Pedro+Novo.jpg" /></a></div>
<br /><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="color: black;"><span style="color: #222222;"><span style="background-color: white;">Em Setembro do ano passado penso ter sido assertivo quando escrevi que a aprovação do </span></span></span><span style="background-color: white; color: black; letter-spacing: 0.26px;">Regulamento de Organização <span class="il">e</span> Funcionamento das Estruturas Regionais <span class="il">e</span> Locais da Ordem dos Arquitectos </span><span style="background-color: white; color: black;">(</span><span id="m_4070395454249237415m_-8686092634901085467m_7961911912367968360eL_1_texto" style="background-color: white; color: #222222; text-align: -webkit-left;"><span style="color: black;">ROFERLOA)</span></span><span style="background-color: white; color: black;"><span style="text-align: -webkit-left;"> <wbr></wbr>constituir-se-ia na maior transformação orgânica <span class="il">e</span> funcional na Ordem dos Arquitectos desde que a mesma em 1998, deixou de ser Associação dos Arquitectos Portugueses! As transformações assumidas, numa oportunidade conjuntural <span class="il">e</span> por maioria relativa em plenário de Delegados da Ordem dos Arquitectos, permitiram que entremos em período eleitoral, na perspectiva de sete novas secções regionais.</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #073763; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /><span style="text-align: -webkit-left;">Percebendo a importância do que estava em causa, o Presidente da Assembleia de Delegados, <span class="il">e</span> bem, abriu as assembleias à participação de todos os associados. Abertura que procurava colher junto dos associados, ora privados destes espaços deliberativos, uma leitura transversal <span class="il">e</span> consultiva. Apesar de em Setembro passado eu apelar para que “apesar de o voto ser a nossa maior arma na definição dos caminhos futuros que pretendemos para esta Ordem, não podemos desprezar esta oportunidade”, a participação em assembleias <span class="il">e</span> sessões de esclarecimentos foi residual a Norte <span class="il">e</span> quase nula a Sul. Não havia razões para tremendo desinteresse. A Ordem estava em mudança <span class="il">e</span> merecia uma participação objectiva, informada <span class="il">e</span> mais que tudo, responsável.</span><br style="text-align: -webkit-left;" /><br style="text-align: -webkit-left;" /><span style="text-align: -webkit-left;">As novas secções espalhadas pelo país terão agora de se constituir com corpo executivo, respectivos concelhos de disciplina <span class="il">e</span> mesas de assembleia. A multiplicação de pessoas na estrutura executiva da Ordem não poderá ser desculpa para falta de representatividade no território, mas será factor decisivo na resposta qualitativa, principalmente nos primeiros momentos de mandato. Espera-se que esta transformação permita regulamentar transformações significativas nas estruturas de representação local que permitirão desenvolver o aceleramento da tão desejada equidade entre os associados residentes nos dois grandes centros urbanos <span class="il">e</span> o resto do país.</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #073763; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /><span style="text-align: -webkit-left;">Uma Ordem que aparentemente sairá musculada <span class="il">e</span> capaz de dar resposta às necessidades dos seus associados, num extenso processo de desfragmentação <span class="il">e</span> povoação de territórios carentes de apoio <span class="il">e</span> proximidade, viverá no período pós-eleições a sua maior dificuldade na restruturação organizacional.</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #073763; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="color: black;"><br /><span style="text-align: -webkit-left;">Perante um passo de gigante no escuro, será a ausência de certezas no que concerne </span>à saúde financeira, após esta mutação orgânica, a corda que permitirá à Ordem <span id="m_4070395454249237415m_-8686092634901085467m_7961911912367968360eL_2_texto" style="text-align: -webkit-left;">maniatar-se</span><span style="text-align: -webkit-left;"> a si mesma? Na certeza de quem poderá desvendar <span class="il">e</span> resolver este problema serão os novos eleitos, não nos resta outra solução que não seja <span class="il">votar</span>. <span class="il">Votar</span> de modo massivo mas sobretudo consciente de que o caminho, mais do que nunca, não será fácil para quem nos vier a liderar!</span></span><span style="color: black;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #073763; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #073763; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="color: black;"><span style="text-align: -webkit-left;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></span></span>
<div style="text-align: right;">
<span style="color: black;"><span style="text-align: -webkit-left;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">Jornal Construir nº411 </span></span></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="color: black;"><span style="text-align: -webkit-left;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">Abril 2020</span></span></span></div>
</div>
PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/02939523461247360839noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-54620408376875321532020-04-23T15:41:00.002+01:002020-04-23T15:41:42.500+01:00Polifonia Regional<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlPaXrGIFrNSLm0A0bptFCBN8iK4SWQPnICX2eZHT7iwort-1QIPgvmEF-lnEJpnNzA5KBhrp09KYud6iNRV1zxLZI9HGSpyv95bwnsSnmY3cFdrPR6XqiPrH6UmqYDirbysD99TrVa8A/s1600/IMG-8308.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlPaXrGIFrNSLm0A0bptFCBN8iK4SWQPnICX2eZHT7iwort-1QIPgvmEF-lnEJpnNzA5KBhrp09KYud6iNRV1zxLZI9HGSpyv95bwnsSnmY3cFdrPR6XqiPrH6UmqYDirbysD99TrVa8A/s200/IMG-8308.JPG" width="150" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt;">Em tempos de retiro
obrigatório, a internet é quem mais ordena. Lá atrás, num passado ainda recente,
eram as enciclopédias que organizavam e descreviam o conhecimento do mundo. Era
nesses calhamaços que descobríamos os reinados, a matemática ou as mais
variadas ciências. Uma educação circular que permitia para além do significado
da palavra, compreender o conceito ou disciplina em si reportada. O tempo dos
livros já lá vai e cá por casa, já reinam mais objectos electrónicos do que livros
por ler! O paradigma mudou mas a procura pelo Homem de mundividência continuará
para além de qualquer quarentena imposta pelo exterior.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt;"><br />
No último fim-de-semana, entremeado por cabrito e batatinhas assadas,
aproveitei para rever alguns dos filmes do Michel Giacometti sobre as suas
recolhas etcno-musicais dos cânticos que acompanharam o trabalho rural da
Beira-Baixa. Em um desses filmes, o narrador relatava que o canto da sacha
fora “cantado polifonicamente a três vozes...” de imediato um dos meus filhos,
que passava por perto, perguntou pelo significado da expressão
“polifonicamente”... A resposta não necessariamente tremida mas embrulhada ao
nível de conceito, e apesar de saber perfeitamente que a resposta deveria ser
mais complexa, lá lhe expliquei que era qualquer coisa aproximada ao
significado de uma melodia cantada a várias vozes. Após a frustração lá fui à
internet resolver essa questão de conceito. Entre pesquisas, o que ressaltou
não foi a definição mas a expressão assertiva de polifonia que “... em tempos
de quarentena, um evento realizado no Fundão, juntou trinta músicos que actuaram
desde suas casas em transmissão em directo e via streaming”. O Fundão
FicaEmCasa Festival acabou por ser um extraordinário momento de registo dos
“bons sons” e sobretudo do eclectismo musical que ainda é produzido por terras
da Beira. Apesar de tudo, a nossa parcialidade ainda nos permite reconhecer a
importância deste tipo de iniciativas agregadoras de uma comunidade cada vez
mais distante dos meios culturais. Um momento inusitado deste ingrato
confinamento permitiu o desenvolvimento e reinvenção de um espaço genuíno de
partilha e gigantesca generosidade Beirã. Sem preconceitos ou descriminação, o
mentor Fernando Tavares espraiou um tapete sobre campo aberto, para que estas
estrelas, algumas para mim até então desconhecidas, pudessem brilhar
ou sair do anonimato. Agora, só há um caminho para todos estes artistas, um
palco comum, mais real, com luzes, fumos e muita música seja ela qual for.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt;">Polifonia é definida
pela Wikipédia enquanto “técnica compositiva em que duas ou mais vozes se
desenvolvem preservando um carácter melódico e rítmico”.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Para lá do desenho deste conceito, do momento
histórico do evento e da ideia de agregação de um punhado de artistas num bem
comum, a principal ideia que retenho é que no Fundão, durante três dias estivemos
perante uma polifonia regional, onde fica provado que é possível fazer um Festival
em que os “copos” não foram a melodia!<o:p></o:p></span></div>
<br />PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/02939523461247360839noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-5241936093893136682020-04-02T10:43:00.000+01:002020-04-02T10:44:31.447+01:00... o trigo do joio.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZXJ_3wYvMGpa_8_migq3TKJLvnmmjqLaTN0_SNggW-Le0HbO7VW0Ad2pn3NXXNzpJcURhA2tKu_Fqiay1C9aTqgPG5y_FkEHQn-eIf60NN2t4eGrEVJY_vPiEXtC3zKlBFu8CYyKoTfM/s1600/Anteprojectos+Abril+2020.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="727" data-original-width="515" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZXJ_3wYvMGpa_8_migq3TKJLvnmmjqLaTN0_SNggW-Le0HbO7VW0Ad2pn3NXXNzpJcURhA2tKu_Fqiay1C9aTqgPG5y_FkEHQn-eIf60NN2t4eGrEVJY_vPiEXtC3zKlBFu8CYyKoTfM/s320/Anteprojectos+Abril+2020.JPG" width="226" /></a></div>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #222222;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Em Portugal, para a grande maioria das pessoas o
arquitecto ainda é o alfaiate de fato à medida, que olha para o cliente como
estrela cintilante dos palcos pop. Entendem-no como artista de devaneios que cria casas onde não
se pode morar. Casas para os flashes das
revistas. Não podiam estar mais errados! A profissão não é hermética e as áreas
de intervenção abrangem um espectro muito largo para além das áreas
directamente ligadas ao projecto, tornando-a assim complexa na sua
interpretação. A ideia estereotipada do arquitecto-artista que opera apenas
para uma classe endinheirada é pensamento pouco esclarecido sobre a importância
do papel da arquitectura nos desígnios das nossas vidas. Profissão que
necessita de relações humanas e sobretudo da boa vontade, dedicação e
competência de centenas de intervenientes nas mais diferentes especialidades
para que a obra chegue ao fim... Sim, sim... Que chegue ao fim!</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Se na última década os gabinetes de arquitectura têm dados passos tímidos nos
processos e metodologias de projecto para que o mesmo possa ser mais operativo
entre especialidades e ausente de erros, será a pandemia do Covid-19 o
acelerador dessa uniformização? Irá a obrigatoriedade de trabalho a partir de
casa provocar a revisão e adaptação destes mesmos processos e metodologias ,
assim como na reorganização do trabalho em equipa? Irá o espaço de atelier,
lugar de discussão e partilha, onde no confronto surgem as melhores
ideias,</span><span style="color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> </span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">desvanecer para o espaço
virtual? Estaremos perante o fim das tipologias tradicionais de escritórios?
Será este factor importante na gestão dos custos de projecto tornando o
projecto de arquitectura mais apetecível financeiramente para o cliente?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Esta experiência global, apesar de surpreendente, obrigou a toda uma estrutura
societária a permanecer em casa, provocando a reflexão generalizada nos
processos e rentabilidade dos sectores directamente associados aos serviços. Se
no final do ano passado, a Microsoft garantia níveis de rentabilidade
superiores quando os seus funcionários usufruíssem de fins-de-semana de
descanso com três dias, porque não agarrarmos a oportunidade promovida por esta
experiência forçada?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">São muitas as perguntas sem respostas
imediatas, acredito que algo acontecerá, mas nunca revolucionário! Será sim um
momento de análise e reposicionamento sobre as metodologias através de
ajustamentos que se reflectirão em apenas mais um passo nos caminhos que
estávamos todos a trilhar. No entanto, estou certo que esta pandemia embaterá
com tal violência e de modo tão veloz que será ela própria, o crivo que separará
o trigo do joio neste sector tão frágil.</span></div>
<br />PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/02939523461247360839noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-39693567858451838672020-04-01T19:48:00.000+01:002020-04-01T19:48:15.602+01:00Between the River and the Sea<div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">In this interview João Luís Carrilho da Graça reflects on how the river and the sea have shaped the city of Lisbon and his work.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpcJSPYmLal0YqheUdNSB9J-56XO4FwtSH7eISYbPG_o00mZOXxMTt6XFWtLuth16ZBfMD6F04EOMiAhxuYNk8hJEyxEhejVx_1ZdIO-crdKu53drXzCqRNAJeSEqyLw-59owX8yOxZJ4/s1600/JLCG+2.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="695" data-original-width="1400" height="196" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpcJSPYmLal0YqheUdNSB9J-56XO4FwtSH7eISYbPG_o00mZOXxMTt6XFWtLuth16ZBfMD6F04EOMiAhxuYNk8hJEyxEhejVx_1ZdIO-crdKu53drXzCqRNAJeSEqyLw-59owX8yOxZJ4/s400/JLCG+2.JPG" width="400" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuTyOS9XdNZgXttJtZR-i-mx2nLKLcR_BkyiOy2nWZoGxwJdIBXnhTH1bKR9lj258z41fO3_zR4b401dqIcRqjsqtw9rPzFcC0NWLuGW6QzYGJ698lO83BXl8wbeWTnQ8VGOdu2l7PYQc/s1600/JLCG.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="705" data-original-width="1404" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuTyOS9XdNZgXttJtZR-i-mx2nLKLcR_BkyiOy2nWZoGxwJdIBXnhTH1bKR9lj258z41fO3_zR4b401dqIcRqjsqtw9rPzFcC0NWLuGW6QzYGJ698lO83BXl8wbeWTnQ8VGOdu2l7PYQc/s400/JLCG.JPG" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /><br /><b>Can you tell us about the special relationship that Lisbon has with the river and the sea. </b><br /><br />With the river in particular … and with the estuary known as Mar da Palha (Sea of Straw). The city of Lisbon definitely wouldn’t exist if it weren’t for the mouth of the Tagus River, which is an extraordinary space from an ecological and natural perspective.<br /><br />We often hear people talking about how the light in Lisbon is distinctive. But it isn’t unique, there are many coastal cities near large bodies of water that also have very distinctive lighting, such as Venice. The name Mar da Palha probably stems from the water taking on golden hues at sunrise and sunset and because it is a large mass of water with a significant effect on the city’s lighting.<br /><br /><b>What about the relationship of the people of Lisbon with the water?</b><br /><br />The importance of water and the presence of the river and, further afar, of the sea, which also has a certain influence, is almost always a contrast in terms of the topography on which the city is built. And I find the water and the contours of the valley, and the highest points—the ridgelines—fascinating, because they structure the paths in any territory in the world. Since Lisbon’s topography is so angled and interesting, they continue to be a fundamental reference to this day, probably because they are based on the first paths imaginable in this territory.<br /><br />This set of high lines—as opposed to the water lines, many of which were already carved out and absorbed by the shape of the city—is the matrix of the city of Lisbon. From a dynamic point of view, we have the river and the port, which is an exceptional creation, and we can then picture the history of the relationship between the city and the river.<br /><br /><b>Based on your view of the territory and how the water limits and shapes the topography, does your analysis and interpretation become elements that determine how you design near the coastline?</b><br /><br />In a way, yes. But I don’t analyze the topography and the relationship with the water and then design something in a rational sense. The interpretation is important and, in one way or another, it informs my designs and the views I have on this relationship. Ever since I started working, I have always thought that this idea of a dynamic relationship between the topography and coastline is important. Reflecting on this boundary between the land and the river from an architectural perspective is a very interesting theme.<br /><br /><b>What are your thoughts behind the design of the Campo das Cebolas and the Cruise Terminal? Because they are two very defining constructions that are both on this boundary.</b><br /><br />Indeed. This was to some extent a coincidence, because there were three public competitions. The first was by invitation only for the urban planning of Boavista, which I won, and my initial design was a step towards this relationship between the city and the river.<br /><br />The next competition was in 2010, for the Cruise Terminal, which I was also fortunate to win. My idea was to construct it within the space—as though it were a field in an artistic sense—where the former Jardim do Tabaco dock was located, and to build everything from there. It’s as if the building is the result of a more or less telluric movement of the harbor platform and the port, and creates a kind of interaction or dialogue with the city, which is breathtaking.<br /><br />And the third competition was for Campo das Cebolas. From the start, I thought it would be interesting to have a completely different square from Terreiro do Paço, which is opposite of it and has a palatial design. The site was, in fact, dedicated to street markets, and it had an everyday port where smaller boats from the river or that part of the estuary would all come to dock. The main idea was to create a square with a lot of activity that reflected all the existing intensity and create views of the river and the city.<br /><br /><b>Finally, could you speak about the emotional relationship that architects have with water. In your work is it more than a logical design issue?</b><br />I believe that in Lisbon, the relationship with water is more or less idyllic. It’s an interaction between the city and the water, and, when we walk around the city we are always surprised by the unexpected views overlooking the river, the estuary, the sea. And I believe that this interaction with the setting, with what is built, and with the water is a kind of bond that any person would feel when visiting Lisbon, not just architects.<br /><br />It makes the city unique in its architecture, in how it is built on top of the territory and in its always surprising correlation with water. Take the Alfama, for example, whose name is related to the many hot springs and baths—the hammams— that existed at the time. Today that is all but forgotten but someday it might be revived; the city has always had a very intense and very interesting relationship with water in every aspect.</span><div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span><div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">This interview has been edited and condensed for clarity.</span></div>
<div>
<a href="http://www.rocagallery.com/between-the-river-and-the-sea"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">http://www.rocagallery.com/between-the-river-and-the-sea</span></a><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span><div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Entrevista ocorrida a 11/02/2020 conduzida por Pedro Novo e preparada em conjunto com Diane Gray.</span></div>
</div>
</div>
</div>
PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/02939523461247360839noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-33715242000202707672020-04-01T18:40:00.002+01:002020-04-01T18:40:41.922+01:00... à deriva<br />
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 9.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">No passado recente, dois prémios <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Pritzker</i> e uma série de galardões
internacionais alteraram de forma brilhante as coordenadas do panorama
arquitectónico português, conseguindo potenciar um olhar mais atento por parte
de académicos, investidores e críticos internacionais. Os resultados são os
esperados, reduzidas portas abertas para o mercado internacional e uma natureza
“pouco comercial” sem capacidade de ultrapassar as dificuldades. Perante o
panorama de crise interna, a África lusófona permitiu uma sustentabilidade
temporária maioritariamente aos pequenos ateliers portugueses, neste oceano de
águas turvas. Actualmente a economia ergue-se, a banca financia cada vez
mais os privados e as dinâmicas em torno da construção emergem energicamente em
torno da recuperação do imobiliário. Uma recuperação que vem tarde, onde um
passado recente de crise empurrou milhares de jovens arquitectos para
além-fronteiras e obrigou outros tantos a se reinventar, a alterar o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">modus operandi </i>da profissão ou a
escolher outros caminhos diferenciados da arquitectura. Alguns dirão que é a “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">ordem natural das coisa”, </i>outros “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">um mal necessário”</i> para fortalecer a
profissão, na certeza porem, quem verdadeiramente perdeu foram os processos de
consolidação da arquitectura no nosso território e um sem número de jovens
promessas a Pritkzer que hoje contribuem para outras realidades! Perante tempos
complexos e sem ancoragens, a incerteza pairará no rumo das academias, na nossa
actual cultura arquitectónica e sobretudo no nosso criticismo bacoco!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 9.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 9.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">artigo publicado na </span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 9.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">revista Concreta 2016</span></div>
<br />PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/02939523461247360839noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-59289574025615122742020-03-30T23:03:00.001+01:002020-03-30T23:33:36.830+01:00O barulho do silêncio!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgluUYLI5CjIX4ova4sX3oa_yIqXLmnFLCy4fNj47I90STE_Io1ak3kNLflJ0bc7ly2XDwWb4HLTZfsSHgQW_z4yT0O4R-pJLAUZwpQ6FsliCdXelDFEOgKN4vBhdfKZBaLVccb_U_aVQ0/s1600/Tra%25C3%25A7o+.+artigo+de+opini%25C3%25A3o.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="605" data-original-width="865" height="139" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgluUYLI5CjIX4ova4sX3oa_yIqXLmnFLCy4fNj47I90STE_Io1ak3kNLflJ0bc7ly2XDwWb4HLTZfsSHgQW_z4yT0O4R-pJLAUZwpQ6FsliCdXelDFEOgKN4vBhdfKZBaLVccb_U_aVQ0/s200/Tra%25C3%25A7o+.+artigo+de+opini%25C3%25A3o.JPG" width="200" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7vVmNjTVcUpS-l2lWwgNZU61AOXg2reyL9R0uWavpwq34J3WhFjWpafmsJO-wfFabOorxFMcivqNiTNM8rgtdDmCbuuzwjXxYeLnsizwCqr7xE1mPrvzLkeV8H9DjNCIexn1Nxlh6IpQ/s1600/tra%25C3%25A7o.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="642" data-original-width="453" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7vVmNjTVcUpS-l2lWwgNZU61AOXg2reyL9R0uWavpwq34J3WhFjWpafmsJO-wfFabOorxFMcivqNiTNM8rgtdDmCbuuzwjXxYeLnsizwCqr7xE1mPrvzLkeV8H9DjNCIexn1Nxlh6IpQ/s200/tra%25C3%25A7o.JPG" width="140" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;">Durante a curadoria da exposição” Centro Comercial do Restelo
- Raúl Chorão Ramalho”, que irá ocorrer na sede da Ordem
dos Arquitectos no decorrer deste ano, surgiu-nos uma pergunta que nos parecia
pertinente: Porque será que ninguém pinta sobre um Van Gogh? A
pergunta parece descabida e fora de contexto, mas não é! Passo a
explicar. Esta exposição procura estabelecer um princípio de reflexão sobre a
protecção e defesa do património cultural, em particular o património arquitectónico.
No caso concreto do Centro Comercial do Restelo, a descaracterização acontece
de forma lenta mas obtusa, com introdução de elementos dissonantes e alteração
das tipologias originais por parte de alguns dos proprietários. Um pedaço de
cidade, constante nas vivências e usos, características reveladoras de que a
boa arquitectura é perene e geradora de qualidade de vida mesmo para além da
sua contemporaneidade. A sua descaracterização iniciou-se nos finais da década
de 80, situação com a qual o arquitecto autor do projecto demonstrará o seu
desagrado aquando de uma entrevista promovida pelo arquitecto Manuel Graça Dias
no longínquo ano de 94. Apesar da morosidade do processo, a sua reversibilidade
é passível de ocorrer, podendo-se requalificar este importante e significativo
edificado da história e caracterização do percurso da Arquitectura Portuguesa
na segunda metade do século XX.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;">Ao olharmos para este cenário lisboeta
poderiamos estar de algum modo tranquilos relativamente aos demais edificios do
século XX, agora também eles, enquadrados enquanto património arquitectónico. Nada
mais errados! Entre os pingos da chuva, no espaço de um mês, presenciámos a
demolição de duas belas “telas expressionistas” da nossa arquitectura portuguesa:
a casa do Magistrados no Fundão da autoria do arquitecto Eduardo Paiva Lopes e a Panificadora em Vila Real do arquitecto
Nadir Afonso. Se no caso do Centro Comercial do Restelo, boa parte dos estragos
poderão ser revertidos, na Casa dos Magistrados e na Panificadora apenas ficará
a memoria das fotografias e estudos académicos sobre os respectivos edifícios. Apesar
das propostas de classificação, da criação de associações de defesa e
salvaguarda, aos inumeros artigos em jornais, da realização de exposições ou
promoção de debates em tornos da defesa destes dois imóveis, lamentavelmente, não
se conseguiu a sensibilização necessária por parte das autoridades competentes
na sua preservação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;">A demolição destes edifícios é um
acto violento sobre a nossa história recente. Não podemos pactuar com
estas acções justificando-as com os desígnios de que a cidade tem de se mutar e
adaptar às novas circunstâncias da vida. A cidade sempre soube ajustar-se às
condicionantes em processos democráticos e respeitadores de quem a habita. A
sua sustentabilidade, tal como Joaquim Guedes defende, vive de um
“... tecido de projectos singulares em conflito, conciliação e
reinvenção permanentes, insubmissos às ideologias e geometrias simplificadoras”.
É aqui que persiste a razão e o critério para defesa destes objectos singulares
na sua originalidade e nas referências ideológicas que carregam em si. A
história nunca pode ser travada, mas é nestes momentos que os decisores devem
ter mão firme na defesa de uma cidade democrática e plural, numa cidade
agregadora e aberta à diferença, mas sobretudo, numa cidade que respeite a sua
história contribuindo assim para o futuro dos seus propósitos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span>
</span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Perante tão preciosas telas porque teimamos em continuar a dar valentes pinceladas
de negro sobre os nossos amados Van Gogh´s?</span><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;"><o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<br />PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/02939523461247360839noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-40054830026695936112020-03-26T12:21:00.001+00:002020-03-26T12:22:00.489+00:00“Rebenta a Bolha”<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4q-zouDwp_cVETCgcX1t48KMJXT0aTbapsmaK0V6cBYzTQiooMxAe0BTO9dIWe9MZe4AnzTOEpC0mpqG-5wtm3YB0MoYftk-Ju-YL-B6bgrGzrGEy0mgSwFzYFXthVY9qj_gspVR4rzU/s1600/diario+imobili%25C3%25A1rio.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="747" data-original-width="689" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4q-zouDwp_cVETCgcX1t48KMJXT0aTbapsmaK0V6cBYzTQiooMxAe0BTO9dIWe9MZe4AnzTOEpC0mpqG-5wtm3YB0MoYftk-Ju-YL-B6bgrGzrGEy0mgSwFzYFXthVY9qj_gspVR4rzU/s200/diario+imobili%25C3%25A1rio.JPG" width="184" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="color: black;">No nosso tempo de miúdos, sempre que alguém fazia batota ou não cumpria as regras do jogo das escondidas, gritava-se “rebenta a bolha”. Tal grito permitia parar o decurso do jogo, restituir a ordem através da reunião dos participantes, retomando o jogo com todos novamente em pé de igualdade. A pandemia do Covid-19 acabará por ser, em certa medida, esse grito de restituição da normalidade! Sem certezas de nada e de quanto tempo perdurará este flagelo, será sempre ingrata a premonição contudo os sinais poderão ser lidos!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="color: black;"><br /><span style="text-align: -webkit-left;">No passado recente, o abanão do </span><span id="m_437144809692955590eL_1_texto" style="text-align: -webkit-left;"><i>sub</i></span><span style="text-align: -webkit-left;"><i> prime</i> em 2008 obrigou o governo a redesenhar um conjunto de políticas por forma a garantir o mais rapidamente a estabilidade dos mercados mais afectados, inclusive o imobiliário. A manutenção dessas politicas permitiu o desenvolvimento do país de forma generalizada mas sustentada, operando-se uma recuperação interessante e mais tarde parabenizada por todos os países parceiros europeus.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="color: black;"><br /><span style="text-align: -webkit-left;">À falta de financiamento por parte da banca, os benefícios fiscais permitiram a entrada de dinheiro estrangeiro no sector, operando o desenvolvimento e rejuvenescimento dos centros das cidades. Paralelamente, o Decreto-lei nº 53/2014, que serviu para alavancar o sector da construção através da promoção de um regime excepcional e temporário na difícil e desarticulada regulamentação existente, apesar da aceleração da construção, provocou consequentes processos sem controlo na reabilitação do edificado. Se os vistos </span><span id="m_437144809692955590eL_2_texto" style="text-align: -webkit-left;">gold</span><span style="text-align: -webkit-left;"> permitiram o arranque do imobiliário nos sectores <i>prime</i>, foi o turismo generalizado e em </span><span id="m_437144809692955590eL_3_texto" style="text-align: -webkit-left;">massa</span><span style="text-align: -webkit-left;"> que permitiu o desenvolvimento de forma directa ou indirecta de todas actividades que de si beneficiam e em particular o mercado imobiliário.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="color: black;"><br /><span style="text-align: -webkit-left;">Esta onda da recuperação, também ela resultado das acções de charme operadas pelos governos da altura no estrangeiro, proporcionou a cidades como Lisboa e Porto assim como Portugal de forma generalizada tornarem-se “marcas” e lugares apetecíveis para um turismo que olhava a velha Europa enquanto território démodé. Este encanto permitiu a explosão de uma dinâmica muito interessante, contudo rápida de mais para todos se adaptarem. Na última década, nenhuma capital europeia que tenha sofrido deste “boom” turístico teve decrescimento ao nível do número de dormidas, exceptuando Londres em 2018. Lisboa território privilegiado da especulação imobiliária, com um crescimento ao nível das dormidas na ordem do 10% ano muito acima das percentagens nacionais, será dos territórios mais fustigados por este fenómeno do Covid-19.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="color: black;">Os novos agentes do sector do turismo, numa mão cheia de anos, abraçaram a actividade numa lógica de fuga para a frente, encontrando na oportunidade apenas o lucro sem perceberem a globalidade e constrangimentos do sector. A consequente diminuição dos movimentos do turismo irá revelar a inconsistência de várias áreas de um sector que se reinventou na base de um Airbnb liderado por pequenos particulares e sem experiência. Esta estrutura organizacional de alojamento, que na maioria dos casos vive dos subarrendamentos irá, em parte, esvaziar-se colocando rapidamente no mercado milhares de imóveis para arrendamentos. Será aqui que os proprietários perceberão as virtudes dos arrendamentos de longa duração, preferindo rendas ajustadas mas com fiabilidade e futuro nas garantias de estabilidade da sua rentabilidade. Um cenário que alguns não acreditavam que poderia acontecer... Mas aconteceu! Rebenta a bolha!</span><br />
<span style="color: black;"><br /></span>
<span style="color: black;"><a href="https://www.diarioimobiliario.pt/Opiniao/Rebenta-a-Bolha">https://www.diarioimobiliario.pt/Opiniao/Rebenta-a-Bolha</a></span></div>
PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/02939523461247360839noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-42896014385418473592020-02-15T07:25:00.000+00:002020-03-26T00:51:46.331+00:00No Fund(ã)o ainda há esperança?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWR1VwPKrGyLHLbNIocIU_4NvGTEpvB5nK70DhABl-I56-0zZdeLBHk1OwLREquCFFxbdB2NaOI4w5nYRw-Gfc4KIknH62NpvzOIgNo3_ZhAmXL01f3lNvZHqbizk4c3-x0xvBDomGW90/s1600/86695256_1026438527741318_8698716720514203648_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="792" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWR1VwPKrGyLHLbNIocIU_4NvGTEpvB5nK70DhABl-I56-0zZdeLBHk1OwLREquCFFxbdB2NaOI4w5nYRw-Gfc4KIknH62NpvzOIgNo3_ZhAmXL01f3lNvZHqbizk4c3-x0xvBDomGW90/s200/86695256_1026438527741318_8698716720514203648_n.jpg" width="165" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvCV8LMBDWmEhW9_0JS519tct8TlCFsS5H_IyUCn1UM4NkUjlcUTNCgmmzemDTVju2H2td7h-bplYu72GUDyiTlF8_mn4DxDxnR4amjeNpr3f9lixLvMjlM4jjVgOIR-5u96ZBBOdQ97o/s1600/IMG-7442+a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="673" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvCV8LMBDWmEhW9_0JS519tct8TlCFsS5H_IyUCn1UM4NkUjlcUTNCgmmzemDTVju2H2td7h-bplYu72GUDyiTlF8_mn4DxDxnR4amjeNpr3f9lixLvMjlM4jjVgOIR-5u96ZBBOdQ97o/s200/IMG-7442+a.jpg" width="83" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: "swis721 lt bt" , sans-serif; font-size: 12pt;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="background-color: white;">“<i>Um
edifício na iminência de ser demolido (Casa dos Magistrados) originou uma
exposição que está a reconciliar os cidadãos do Fundão com o seu património
arquitectónico</i>”, </span>assim noticiava a Ordem dos Arquitectos, nas suas notas informativas, a quando da inauguração da Exposição “Um destino; coisa simples” realizada na Moagem do Fundão no início de 2014. Nessa réstia de esperança, com a contribuição de um alargado grupo de fundanenses, completou-se o inventário de património arquitectónico iniciado pelos arquitectos Carlos Duarte e José Lamas na constituição do PDM do Concelho do Fundão (1985). Inventário, onde se destaca a Casa dos Magistrados, presente na exposição que acabaria itinerante pelas cidades do Fundão, Covilhã, Castelo Branco e Lisboa (entre 2015 e 2016).<br /><br /> A Casa dos Magistrados do Fundão é umas das referências do modernismo tardio português em particular na região da Beira Interior. O arquitecto Eduardo Paiva Lopes quando idealizou o edifício procurou definir uma implantação que respeitasse os alinhamentos do eixo da Avenida. Nos seus três pisos consegue, através do desenho de apenas uma água na cobertura, almejar a cércea do restante edificado implantado junto ao eixo viário. Estes circuitos são organizados por meio de um espaço distribuidor, referência na linha conceptual de grandes vultos da arquitectura mundial como Frank Lloyd Wrigth e Coderch. Tipologia estruturada entre áreas de carácter social e privado com uma organização muito clara ao nível da circulação entre áreas de serviço, social e privada. Talvez uma das melhores tipologias de habitação da cidade nas últimas cinco décadas. Uma lição para tantos arquitectos de algibeira que por aí vão destruindo e desconfigurando o rosto da história de tão bela cidade.<br /><br />O início da demolição da Casa dos Magistrados, no decorrer desta semana, é a queda de uma das mais interessantes referências da arquitectura modernista da região e da cidade do Fundão. Uma estrutura habitacional robusta e qualificada para receber magistrados, numa época em que a discussão da habitação social era bandeira dos arquitectos. Presença moderna internacional, mas solta dos constrangimentos nacionalistas e politizados. Obra construída em 1967 com projecto do arquitecto Eduardo Paiva Lopes galardoado com o prémio Valmor em 1985. Uma figura incontornável do legado, do que podemos chamar, movimento moderno português.<br /><br />Se há território em que as questões do património lhe são caras é o do Fundão. Os processos em torno da antiga casa dos Magistrados, do antigo posto de CTT, o Convento, o Externato de Santo António ou até mesmo do Cine-Gardunha são disso prova. A arquitectura moderna só recentemente foi afectada por processos de inventariação, classificação e natural reconhecimento, contudo jamais poderemos alegar desconhecimento ou incompreensão do que está em causa. O debate em torno da defesa do património tem de ser acutilante e praticado de modo qualificado e responsável. Não podemos continuamente validar investimentos, apesar de valiosos e justificados, na preservação do património imaterial e esquecer o outro, o património material! Temos de respeitar esta cidade que nos seus edifícios, esquinas, travessas e avenidas nos formou enquanto homens beirões. Como nunca, precisamos de mundividência nestas matérias pois já provámos tê-la em muitas outras.</span></div>
PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/02939523461247360839noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-49470211514208012832020-01-29T10:40:00.006+00:002020-01-31T17:52:56.517+00:00...slow down, my friend.<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjE_T2h8LsaM82ohADogA4mhhbggs9NEDBqmi0gFcYKtpzm0OeDXo6I6w725JYXWNVFIFNWyhz6b3PnGspSjbPwdYwtbCFLTPYGhZ2Ebx6kwRozWRhssqLwd2qAcNTig1Y5bevpsDp2nF4/s1600/IMG-7209.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1182" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjE_T2h8LsaM82ohADogA4mhhbggs9NEDBqmi0gFcYKtpzm0OeDXo6I6w725JYXWNVFIFNWyhz6b3PnGspSjbPwdYwtbCFLTPYGhZ2Ebx6kwRozWRhssqLwd2qAcNTig1Y5bevpsDp2nF4/s200/IMG-7209.JPG" title="traço - Pedro Novo" width="147" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsgPLwqRyS4a4vWYsyM9Hld_ReWP658Cx4Bd1Sz_jNWDtVsti4OZ0tnbNKvAo7C8cS0Sb-pwpv3dXaCkABEfLbNtEey6tGtjn4UfDTOgA6i8hkpKfubPjGqQmJ9wICJEV7oiKzoOBly98/s1600/IMG-7211.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" border="0" data-original-height="1257" data-original-width="1600" height="249" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsgPLwqRyS4a4vWYsyM9Hld_ReWP658Cx4Bd1Sz_jNWDtVsti4OZ0tnbNKvAo7C8cS0Sb-pwpv3dXaCkABEfLbNtEey6tGtjn4UfDTOgA6i8hkpKfubPjGqQmJ9wICJEV7oiKzoOBly98/s320/IMG-7211.JPG" title="Traço - Pedro Novo" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;">Existem filmes que
ainda me assaltam a memória, não pela sua qualidade ou pelas performances dos
actores mas pelo momento ou estado de alma em que os vi pela primeira vez.
Ainda hoje não percebo da sua importância nas minhas memórias, mas a verdade é
que os revivo, no todo ou em partes, constantemente. Na sua recordação acabam
por ser uma bússola para pensamentos e reflexões. Entre todos, há um que acaba
por ser o que mais me “perturba”, talvez o que melhor revivo, é uma espécie de
reflexão contemporânea sobre as actuais life stop motions.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;">Numa longínqua noite
de braseira através do antiquado <i style="mso-bidi-font-style: normal;">zapping</i>
televisivo, parei na RTP2 onde cruzei olhares com<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> Smoke</i>. Uma bela surpresa de Natal, filme realizado por
Wayne Wang e com argumento do maravilhoso Paul Auster. A narrativa
centra-se em Brooklyn em torno de uma tabacaria de esquina, o seu proprietário
e nas vidas dos clientes quotidianos. Entre conversa de cigarros, o
proprietário, Auggie, revela a Paul o seu arquivo de fotografias tiradas
entre 1977 e 1990. Fotografias com o mesmo ângulo e focadas na esquina do outro
lado da rua. Retratos de um cenário citadino nova-iorquino entre a 3ª Rua e a
7ª Avenida. Mais de quatro mil fotografias sobre a mesma realidade,
independentemente das condições climatéricas, do contexto do momento ou das figuras
em trânsito. Todos os dias pelas oito horas da manhã, o flash dispara sobre a
mesma “realidade”! Contudo apesar da surpresa o mais comovente é o
extraordinário diálogo que ocorre entre as duas personagens. Auster não poderia
ser mais certeiro!</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">
<span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">“ <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Paul:</b> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">I'm not sure I get it, though. I mean, how
did you ever come up with the idea to do this ... this project? <o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Auggie: </span></b><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">Just
come to me. It's my corner after all. I mean, it’s just one little part of
the world, but things take place there, too, just like everywhere else.
It’s a record of my little spot. <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Paul: </span></b><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">It’s
kind of overwhelming. <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Auggie:</span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;"> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">You’ll never get it if you don’t slow down, my friend.</i> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Paul:</span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;"> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">What do you mean?</i> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Auggie: </span></b><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">I
mean, you’re going too fast. You’re hardly even lookin’ at the pictures.</span></i><span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Paul:</span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;"> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">But... they’re all the same.</i> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Auggie:</span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;"> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">They’re all the same, but each one is different from every other one.
You got your bright mornings and your dark mornings. You got your to summer light
and you your autumn light. You got your weekdays and your weekends. You got
your people in overcoats and galoshes… and you got your people in t-shirts and
shorts. Sometimes the same people, same time different ones. Sometimes the
different ones become the same and the same ones disappear. The earth revolves
around the sun, and every day, the light from the sun hits the Earth at a
different angle. <o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Paul:</span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;"> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Slow down, huh? </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Auggie:</span></b><span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;"> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">That’s what I’d recommend. You know how it is. “Tomorrow and tomorrow
and tomorrow… time creeps on its petty pace.”<o:p></o:p></i></span><br />
<span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><br /></i></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/vacLgmyjH9o/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/vacLgmyjH9o?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><br /></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;">O mais interessante
neste relato é a “verdade” que subsiste na natureza destas imagens. Uma
“verdade” de Auggie é certo, mas profundamente crua na sua relação
com a arquitectura do espaço e com quem o habita, sem subterfúgios ou
manipulação, mas com o natural ruído do acaso! A nossa
contemporaneidade já não está preparada para slowmotions, estando a actual
incontinência do disparo digital, proporcionalmente associada à quantidade de
ferramentas de manipulação. É aqui que subsiste o actual problema da mediatização
e na construção mental das realidades. O fotógrafo de arquitectura é hoje uma
figura central na revelação ou não da verdade da obra construída. A coerência
com a realidade desapareceu nos <i style="mso-bidi-font-style: normal;">flashes</i>
de uma vontade descomprometida. Sabendo porém que a fotografia acrítica estará
num patamar de inacessibilidade, contudo a objectividade será sempre deturpada
pelo “autor” fotógrafo. A construção de uma linha estética, onde o olhar de
alguém impõe uma marca própria, formata ou ficciona a obra no seu “traço”, com profunda
tendência a homogeneizar perversamente o modo como olha para a diferença! A
influência que alguns fotógrafos da actualidade constroem entre editores,
websites e revistas da especialidade de arquitectura delimitam um <i style="mso-bidi-font-style: normal;">star system</i> em que a qualidade
da obra não corresponde aos pergaminhos do enquadramento fotográfico. Perante
nefasta realidade, o monopólio da mediatização tem de ser interpretado e
clarificado no escrutínio da qualidade!<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 10.0pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQuiHJI2sc6WbZg5lVuTUL5QFccWjfiiw4s2EVf90hPEiJtrgMc-6Z0RH0WGA-TLv4vtNPLKdsI-rDvHmy3yhRbUlggG7FEHTyYWfPzQsiRxZT4gj_4MKfZw_X35PuCvVUBHfmiKE5eQM/s1600/Smoke-1024x583.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="583" data-original-width="1024" height="226" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQuiHJI2sc6WbZg5lVuTUL5QFccWjfiiw4s2EVf90hPEiJtrgMc-6Z0RH0WGA-TLv4vtNPLKdsI-rDvHmy3yhRbUlggG7FEHTyYWfPzQsiRxZT4gj_4MKfZw_X35PuCvVUBHfmiKE5eQM/s400/Smoke-1024x583.png" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="background-color: white; font-size: 12px; text-align: center;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">photographer KC Bailey</span></span>PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/02939523461247360839noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-21380965630727995502019-10-31T18:42:00.001+00:002019-10-31T18:47:40.782+00:00O Muro<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://www.jornaldofundao.pt/opiniao/o-muro/?fbclid=IwAR18wF1uBPvBmSbcii3JpLuvlW5jNqLf5fSUvcu2gC2TvL6d_Eo_HTo4zJg"><img border="0" data-original-height="770" data-original-width="592" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0toHxfSrKDTPubU7asQpluSVs8f2B9t1o9SEs4qyB92dwMlAwYkQVP0VqaG8h6as2O5uNkelmBATlqcvRGudofBSjWL2vjEiSGthONiElva6PHDhfwTNCGZ13OutmneC2xLhBy7UpaX8/s200/JF+-+31-10-2019.JPG" width="153" /></a><a href="https://www.jornaldofundao.pt/opiniao/o-muro/?fbclid=IwAR18wF1uBPvBmSbcii3JpLuvlW5jNqLf5fSUvcu2gC2TvL6d_Eo_HTo4zJg"><img border="0" data-original-height="745" data-original-width="582" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7frb7_X_5WJn-mVZfdMUJUbXrHRDIfSHsEk0eO85zOJtqa7n5ziN1OmCDk5zwXlFfv91d_EI7UPFdA27AGJEKkaYtF4AWAq3y2iv8zGIjAx4-FxorsyTVV6Pf2SxVSdgg4Snhcp9xhew/s200/Pedro+Novo+-+Muro.JPG" width="155" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-hansi-font-family: Calibri;"><br /><span style="font-size: x-small;">
“Longos dias têm cem anos” diria Augustina Bessa-Luís quando se
tratava de “protelar um assunto, de o fazer amadurecer na lânguida separação do
inadiável”! Reconhecidamente são palavras sábias que revelam os constantes
desafios que enfrentamos para ultrapassar os “muros” do reconhecimento. No caso
concreto do arquitecto José Pires Branco, a adiada aclamação termina aqui! A
atribuição do Título de Membro Honorário da Ordem dos Arquitectos vem
estabelecer, ainda em vida, uma justa e merecida homenagem! Servem estas
palavras, apenas e só, enquanto laurel a uma das figuras mais importantes do
panorama artístico do séc. XX na Beira Interior.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-size: x-small; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-hansi-font-family: Calibri;"><br />
José Pires Branco, com formação em Belas Artes inicia a sua actividade na
década de 40, partilhando os estiradores com uma geração constituída por
arquitectos como Agostinho Ricca, Fernando Távora, José Carlos Loureiro ou
Rogério de Azevedo. Após a sua formação, acaba por sediar o
seu atelier na cidade do Fundão. Perante um panorama economicamente
difícil, com consequente escassez de encomenda de projectos de arquitectura, a
escolha do Fundão acabou por ser muito feliz. José Pires Branco consegue
encetar um sem número de obras construídas na região, nomeadamente: Externato
de Santa Teresinha, Sede do Jornal do Fundão, Casa Albano de Oliveira,
Edifício Etra, Marisqueira Sol-e-Dó entre muitos outros não construídos
como o Alcambar ou remodelação interior do Casino Fundanense. No
levantamento do seu espólio, no arco de tempo entre a década de 50 e 80 do
séc. XX, é possível contabilizar quarenta habitações unifamiliares, nove
igrejas, oito planos de arranjos exteriores, trinta planos de urbanização e cerca
de cinquenta projectos dos mais diversos edifícios de complexidade variada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-size: x-small; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-hansi-font-family: Calibri;"><br />
O eclectismo de interesses de Pires Branco não se encerrou na arquitectura,
construindo um universo muito particular através de tertúlias com
Armando Paulouro, José Vilhena e outros intelectuais da clandestinidade do
regime de época. Estes encontros foram fundamentais para a criação da Cassiopeia
Filmes, que rodou o “7º Pecado” no Jardim das Tílias e ruas da cidade, aliando
paralelamente, para além do cinema, actividade no ensino, desenho, gravura,
correspondência oficial à RTP e cargos na administração regional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-size: x-small; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-hansi-font-family: Calibri;">A sua singularidade é manifestamente representativa
da sua importância numa geografia que no seu tempo fora despida de
profissionais de arquitectura. Hoje a sua obra é estudada e analisada por
permitir desvendar os mistérios do "modernismo" e as transições do
vernáculo na construção menos erudita da Beira Interior. Os movimentos em torno
da sua obra, que hoje garantem o desenvolvimento de processos de classificação
de algumas das suas obras, permitem com segurança definir José Pires Branco
como uma das figurais mais importantes da chamada "geração moderna
portuguesa".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-size: x-small; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-style: italic; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-hansi-font-family: Calibri;"><br />
São estes exercícios de consagração que temos de solidificar pois preservam a
memória colectiva de quem dedicadamente construiu cultura... construiu Cidade!
Talvez Eugénio de Andrade tivesse razão quando dizia que “Do fundo do tempo,
martelava. Contra o muro. Uma palavra.” <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Reconhecimento!<o:p></o:p></span></div>
<br />PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/02939523461247360839noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-6272888091946332972019-09-25T16:28:00.000+01:002019-09-25T16:29:44.008+01:00As quotas... sempre as quotas!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0O39ZCzevMnqBYaWuzmOvRC8JbEEE6tD9cv2vqmwYUpZ9EkWMuU6NyllnYhqow055JtIC4fwVYsjaUMjhR042SuOb1RNTqdFys1QkumhGboqCI-m9mXaxTgo0fCaComYv3VtX1OhGf2k/s1600/anteprojectos.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="829" data-original-width="580" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0O39ZCzevMnqBYaWuzmOvRC8JbEEE6tD9cv2vqmwYUpZ9EkWMuU6NyllnYhqow055JtIC4fwVYsjaUMjhR042SuOb1RNTqdFys1QkumhGboqCI-m9mXaxTgo0fCaComYv3VtX1OhGf2k/s320/anteprojectos.JPG" width="223" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em finais do passado mês de Fevereiro, a quando da trigésima terceira reunião plenária do Conselho Directivo Nacional da
Ordem dos Arquitectos, foi apresentado/aprovado o projecto de proposta de Regulamento de Organização e Funcionamento
das Estruturas Regionais e Locais da Ordem dos Arquitectos (ROFERLOA). Este novo regulamento, com enquadramento
jurídico e funcionamento definido em sede estatutária, irá criar, provavelmente, a maior transformação orgânica e funcional
na Ordem dos Arquitectos desde que a mesma deixou de ser a Associação dos Arquitectos Portugueses em 1998! Este
documento poderá regulamentar transformações significativas nas estruturas de representação local que permitirão
desenvolver o aceleramento da tão desejada equidade entre os associados residentes nos dois grandes centros urbanos e
o resto do país.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mandato após mandato, as lamúrias relativas à deficitária representatividade e ingerência dos vários conselhos directivos
adensou-se. Fundadas ou não, as queixas são transversais ao longo das duas ultimas décadas: o destino das quotas, a
periclitante saúde financeira da Ordem, a pouca proximidade ente arquitectos e conselhos directivos, o privilégio do acesso
à disciplina e às formações apenas por quem está próximo das sedes regionais, a inexistência do apoio à prática, a
desregulamentação do acesso à profissão, a falta de estratégia na promoção e divulgação cultural entre muitas outras
associadas a interesses instalados.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Apesar de o voto ser a nossa maior arma na definição dos caminhos futuros que pretendemos para esta Ordem, não podemos
desprezar esta oportunidade na construção de um documento que poderá criar estruturas de organização que irão capacitar
todos aqueles que estão “longe”. Capacitação que permitirá promover efectiva representatividade regional e essencialmente
local perante entidades públicas e privadas. Uma nova organização que irá construir uma hierarquização musculada que nos
aproxime da sociedade civil e nos articule com as mais diversas instâncias.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nos últimos meses a Assembleia de Delegados da Ordem dos Arquitectos tem promovido diversas sessões de esclarecimento
que pretendem consubstanciar a discussão e limar um documento ainda longe de ser consensual. Perante a oportunidade,
nós os reis da lamúria, os velhos do Restelo, não aparecemos... Enquanto o processo desliza na fase de audiências aos
interessados por entre os pingos da chuva, o mal será menor, contudo é na audição pública que a participação deverá ser
robusta, construtiva mas acima de tudo consciente! Se assim não for, não estamos a construir o melhor para nós e para a
nossa profissão.
Sem participação... Sim é verdade, para quê as quotas?</div>
PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/02939523461247360839noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-12636396823273869912019-08-26T15:38:00.000+01:002019-08-26T15:39:15.863+01:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjs7CxVKysPycLC8R9eEGG-ChfuCBrIvg79-0A27JGxelZGNvCqh5iOqyvUG3BSoYcThhYb5zHVDZxIxMlaSzNTiynZ_qHIYKUyPYhVggryJkmynP7dA8FkhwQ4lmEZypvFxAXWP_EfXM4/s1600/pedro+chor%25C3%25A3o+1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="797" data-original-width="554" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjs7CxVKysPycLC8R9eEGG-ChfuCBrIvg79-0A27JGxelZGNvCqh5iOqyvUG3BSoYcThhYb5zHVDZxIxMlaSzNTiynZ_qHIYKUyPYhVggryJkmynP7dA8FkhwQ4lmEZypvFxAXWP_EfXM4/s200/pedro+chor%25C3%25A3o+1.JPG" width="138" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiz-84-1V9867uX_A8e6aNIW_s_hOGZMXytAmWcLIzn9RjHwd-bny7W_ErAPY16-sYEk6Pt4kLdzH2T3fH_6RseKzb5106RGNm-Sm3ifqhSTi3EZGq4poHIBvqPBfiLyWpbEa1ptbMar4s/s1600/pedro+chor%25C3%25A3o+2.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="801" data-original-width="553" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiz-84-1V9867uX_A8e6aNIW_s_hOGZMXytAmWcLIzn9RjHwd-bny7W_ErAPY16-sYEk6Pt4kLdzH2T3fH_6RseKzb5106RGNm-Sm3ifqhSTi3EZGq4poHIBvqPBfiLyWpbEa1ptbMar4s/s200/pedro+chor%25C3%25A3o+2.JPG" width="136" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Pedro Chorão - </span><span style="font-size: 14pt;">Inquietação</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A exposição “Pedro Chorão
– desenhos” expõe sessenta e seis longos passos sobre um caminho
coerente e astuto. Uma viagem que constrói um imaginário edificado nas suas
origens beirãs e na experiência posterior entre Lisboa, Marrocos e Goa. A
transparência desta narrativa é manifestamente evidente, contudo camuflada, em
fase mais tardia, sobre caligrafias que se desenham sobre texturas e
rendilhados de cores. É aqui que residente a verdadeira natureza de Pedro
Chorão, o pintor. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
A delicadeza do traço de Pedro Chorão nos excertos figurativos sobre
desenquadramentos espaciais, evoca de modo pueril, fragmentos da sua
juventude. Uma memorialística sobre as suas raízes! Por outro lado as
referências aos equilíbrios de Dourdill conjugados com a áurea de Morandi
permitem desvendar, mais tarde, um academismo consistente e fundamentado sobre
o chapéu de Rocha de Sousa. Os exercícios entre colagens e papel impresso com
acrílicos e grafite,adensam este sentido cronológico numa extensa repetição de
clarividência sobre a sua realidade. Nesta fase, a energia circular de eterno retorno
à essência, permite aprisionar os desejos no suporte onde a tridimensionalidade
teima em se construir no gesto! Talvez se entenda aqui,
neste passo largo, a sua natureza! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
O caminho é longo e largo... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
Sobre um <i>slow motion</i> que se consubstancia sobre f<i>rames </i>de viagens,
Pedro Chorão retoma o seu caminho nas leituras de Paul Klee onde
as Water Pyramids se adensam no sonho. A densidade do
espaço é crescente a cada passo e as águas cada vez menos turvas. A delicadeza
do papel é inerte à “violência” do acrílico, apesar das direcções da grafite.
Este sentido de equilíbrio terreno permite aflorar o retorno ao espaço onde a
escala é pêndulo de ouro. São os compromissos que permitem que a sequência
persista para alem das partes. A vibração dos volumes em conjunto com
as cores de uma outra realidade, produz uma perspectiva sobre layers
temporais. Neste jogo de transparências, de sobreposições, de dramatologia,
Pedro Chorão evoca um espaço - tempo metafísico profundo que nos permite
caminhar para além da sua realidade! Uma peregrinação distinta,
estereoscópica. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">...exaltação...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Mar revolto, a oriente
nada de novo... tudo! Os azuis, os azuis... os azuis! Um
turbilhão de vontades entre
brancos, brancos-cinzas e cinzas-brancos, onde o suporte
participa como nunca nesta comunhão de crenças. Pedro
Chorão, demonstra vitalidade sobre um manto de caligrafias indecifráveis.
É na sobreposição de cores, na força do movimento que as atmosferas são
pretextos para o diálogo, do “GRIS” ou do BLUE. É neste exercício de sinais pintados
que se inscrevem sobre manchas também elas pintadas, que Pedro Chorão escreve
um manifesto à pintura. A melodia é cada vez mais intensa e entendida.
Desta feita não fora um passo, mas um salto para além do horizonte. Se
antes caminhará para além do ser, agora procura entender o mundo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
muros...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
O marfim foi deixado para lá das costas e a consciência passou a habitar o
papel. Pedro Chorão abriga-se na ortogonalidade e nos
cinzas fortes. Contudo não procurou refúgio nas choças beirãs, o
betão ganhou expressão e aprisiona agora o visitante. É neste lugar, para além
do muro, que ele procura o sentido do eterno retorno. No conforto da
composição, representa o espaço e o indivíduo em uníssono, um grito
de quotidiano, uma contemplação experienciada.<br />
O habitar é cada vez mais evidente. A abstracção glorificou-se no espaço e o
traço deixou de ser veiculo. O papel trespassou definitivamente a realidade e o
desenho, nestes sessenta e seis passos, é a sua síntese, a sua inquietação... <o:p></o:p></span></div>
<br />PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/02939523461247360839noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-89472521738870762062019-07-31T01:07:00.000+01:002019-07-31T01:11:53.760+01:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiw3cBWcNndUscGyx3PPPfalbyh4vbvAHRRPw-dJO23pzscb1See50y0DdD4Vd1i3zE_pjGNmMiH0Bc4syEd3hFZmBokNG7eRgxju5ZzZEfx3t1uVMTFnogj1qGJ5A37BLkqz1RouldWhE/s1600/sainz.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="541" data-original-width="383" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiw3cBWcNndUscGyx3PPPfalbyh4vbvAHRRPw-dJO23pzscb1See50y0DdD4Vd1i3zE_pjGNmMiH0Bc4syEd3hFZmBokNG7eRgxju5ZzZEfx3t1uVMTFnogj1qGJ5A37BLkqz1RouldWhE/s320/sainz.JPG" width="226" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "swis721 lt bt" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Carlo
Sainz e a berma da estrada<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "swis721 lt bt" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;">Há mais de uma década, em pleno
Bairro Alto, entre cerveja e tremoços, discutia com um grande amigo de
faculdade os caminhos a lavrar na arquitectura e como desejávamos seguir os
nossos percursos profissionais. Entre muitos disparates e armadilhas fonéticas,
no intuito de consubstanciar um determinado raciocínio, esse meu amigo,
relatava com entusiasmo uma história que faz este ano, tal como a
ANTEPROJECTOS, precisamente 25 anos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "swis721 lt bt" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;">Contava ele que na década de noventa,
o Mundial de Rallys era intensamente disputado entre três ou quatro
figuras de inigualável mérito,
nomeadamente Tommi Makinen, Colin McRae, Diddier Auriol ou
o Carlos Sainz. O sempre apreciado Rally de Portugal servia como cenário
para capas dos diários da altura e em 1995, após um disputado Rally de Portugal,
o fabuloso Carlos Sainz, ao volante do não menos fabuloso ícone azul e
amarelo, Subaru Impreza 555, sairia vencedor com alguns segundos
de vantagem sobre Kankkunen. Terá sido uma prova dura, com muitos
problemas de tracção e com diversos embates contra separadores, muros e
protecções de berma de estrada. Após a conquista do troféu, no último troço de
estrada, Carlos Sainz foi confrontado com uma série de perguntas rápidas, por
um jornalista de ocasião. Entre muitas, ao meu amigo, ficou-lhe na memória: “Como
conseguiu ser tão rápido e vencer esta prova após tantos embates, saídas e
constante circulação nas bermas?” Sainz ainda regado pelo champanhe e com a coroa
de flores em ombros respondeu entusiasticamente: “Não é nenhuma estratégia ou
táctica na condução para a vitória! É simplesmente porque as bermas também
fazem parte da <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>estrada”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "swis721 lt bt" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;"><br />
Ainda hoje não sei se a história é verdadeira ou se é tal e qual como foi
contada, contudo, aquilo que retenho é que passados 25 anos, esta história
representa para mim, o percurso de vitória da revista ANTEPROJECTOS. Foi
nas margens que construiu um percurso sólido alicerçado na estrutura da linha
editorial, diferenciado pela diversidade nos artigos de opinião e coerente na
firmeza das marcas que ai encontram espaço de divulgação. A sua maior
virtude, é o seu eclectismo na representatividade da generalidade das
dinâmicas ligadas à indústria da produção de projecto, nunca se refugiando em
nichos ou lóbis dominados por um star system démodé. Uma base
editorial de peito aberto sobre o mercado onde soube dar significado,
permitindo-se representar franjas que carecem de visibilidade. A competição não
pode ser esquecida, mas só aqueles que são determinados no seu caminho e na
constância das suas acções poderão almejar vencer, pela “berma da estrada”, os
desígnios do seu trabalho. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "swis721 lt bt" , "sans-serif"; font-size: 9.0pt; line-height: 150%;">Parabéns à ANTEPROJECTOS.<o:p></o:p></span></div>
<br />PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/02939523461247360839noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-31283861279745572252016-11-21T00:45:00.000+00:002016-11-21T01:48:12.493+00:00Gentrificar o Sucesso<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgukvSaTHiUrYelExZJvvldF6LEu8U5BdldSjFWKGMMVGlcXPC5qSSF4YFcSbAtKvbHLZG3DqIJRvglL5uL7hZCmHx0v4mZlTgl4_505QvTI-fGA9Cn_Gpj36xl4yasm5EGHSV3s6rCOGI/s1600/Captura+de+ecra%25CC%2583+2016-11-21%252C+a%25CC%2580s+00.43.12.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgukvSaTHiUrYelExZJvvldF6LEu8U5BdldSjFWKGMMVGlcXPC5qSSF4YFcSbAtKvbHLZG3DqIJRvglL5uL7hZCmHx0v4mZlTgl4_505QvTI-fGA9Cn_Gpj36xl4yasm5EGHSV3s6rCOGI/s320/Captura+de+ecra%25CC%2583+2016-11-21%252C+a%25CC%2580s+00.43.12.png" width="225" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "arial"; font-size: 10.0pt;">Portugal possui um
parque habitacional na ordem dos dois milhões de habitações a necessitar de serem
reabilitadas, sendo este desafio algo muito interessante a superar. Em 2012, a
realização de alterações ao regime jurídico da reabilitação urbana, foi sem
dúvida um passo decisivo na consolidação das politicas de ordenamento urbano,
nomeadamente nas definições das estratégias de consolidação das vivências dos
centros urbanos e na sustentabilidade dos “bairros vividos”. Mais tarde, em
2014, através do Decreto-Lei nº 53/2014, o Estado consolidou esta estratégia,
não só na definição de um regime excepcional e temporário que visou a dispensa nas
obras de reabilitação urbana, como na sujeição a determinadas normas técnicas
aplicáveis à construção. Medida que permitiu e ainda permite o desenvolvimento
de projectos imobiliários em contextos difíceis que anteriormente apresentariam
significativos entraves, no enquadramento do quadro legislativo em vigor.<o:p></o:p></span></div>
<!--[if gte mso 9]><xml>
<o:OfficeDocumentSettings>
<o:AllowPNG/>
</o:OfficeDocumentSettings>
</xml><![endif]-->
<!--[if gte mso 9]><xml>
<w:WordDocument>
<w:View>Normal</w:View>
<w:Zoom>0</w:Zoom>
<w:TrackMoves/>
<w:TrackFormatting/>
<w:PunctuationKerning/>
<w:ValidateAgainstSchemas/>
<w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid>
<w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent>
<w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText>
<w:DoNotPromoteQF/>
<w:LidThemeOther>PT</w:LidThemeOther>
<w:LidThemeAsian>JA</w:LidThemeAsian>
<w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript>
<w:Compatibility>
<w:BreakWrappedTables/>
<w:SnapToGridInCell/>
<w:WrapTextWithPunct/>
<w:UseAsianBreakRules/>
<w:DontGrowAutofit/>
<w:SplitPgBreakAndParaMark/>
<w:EnableOpenTypeKerning/>
<w:DontFlipMirrorIndents/>
<w:OverrideTableStyleHps/>
<w:UseFELayout/>
</w:Compatibility>
<m:mathPr>
<m:mathFont m:val="Cambria Math"/>
<m:brkBin m:val="before"/>
<m:brkBinSub m:val="--"/>
<m:smallFrac m:val="off"/>
<m:dispDef/>
<m:lMargin m:val="0"/>
<m:rMargin m:val="0"/>
<m:defJc m:val="centerGroup"/>
<m:wrapIndent m:val="1440"/>
<m:intLim m:val="subSup"/>
<m:naryLim m:val="undOvr"/>
</m:mathPr></w:WordDocument>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml>
<w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="true"
DefSemiHidden="true" DefQFormat="false" DefPriority="99"
LatentStyleCount="276">
<w:LsdException Locked="false" Priority="0" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Normal"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="heading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 9"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 9"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="35" QFormat="true" Name="caption"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="10" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Title"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" Name="Default Paragraph Font"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="11" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtitle"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="22" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Strong"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="20" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="59" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Table Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Placeholder Text"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="No Spacing"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Revision"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="34" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="List Paragraph"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="29" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="30" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="19" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtle Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="21" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="31" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtle Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="32" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="33" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Book Title"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="37" Name="Bibliography"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" QFormat="true" Name="TOC Heading"/>
</w:LatentStyles>
</xml><![endif]-->
<!--[if gte mso 10]>
<style>
/* Style Definitions */
table.MsoNormalTable
{mso-style-name:"Table Normal";
mso-tstyle-rowband-size:0;
mso-tstyle-colband-size:0;
mso-style-noshow:yes;
mso-style-priority:99;
mso-style-parent:"";
mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt;
mso-para-margin:0cm;
mso-para-margin-bottom:.0001pt;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:12.0pt;
font-family:Cambria;
mso-ascii-font-family:Cambria;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-hansi-font-family:Cambria;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;}
</style>
<![endif]-->
<!--StartFragment-->
<!--EndFragment--><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "arial"; font-size: 10.0pt;">Todo este esforço na
reabilitação do parque habitacional, tem como objectivos principais a
dinamização da reabilitação, em todas as áreas consolidadas, garantindo-se a
sua execução para as populações e para as habitações já existentes e não apenas
para nichos de mercado. O legislador sempre procurou acompanhar a evolução dos
processos de ordenamento do território, nas alterações realizadas no regime
jurídico ou na lei de bases da política dos solos, contudo não soube,
atempadamente legislar, sobre os fenómenos turísticos, com que os centros
urbanos de Lisboa e Porto agora se deparam. Na verdade, o que constatamos
actualmente não se aproxima das perspectivas que consubstanciaram as alterações
ao regime jurídico. Apesar dos esforços em reabilitar estas áreas
desestruturadas com população envelhecidas e carenciadas de novos habitantes, as
mesmas sofrem hoje do “factor airbnb”. As novas lógicas de alojamento local
reorganizadas por dinâmicas em suporte digital permitiram a democratização para
os particulares do negocio “quarto/chambre/room”. A ocupação destas áreas
históricas por turistas através de arrendamentos temporários e de curta duração
permite gerar uma rentabilidade muito interessante e substancialmente superior
aos arrendamentos tradicionais de longa duração. Face ao exposto não é de
admirar que o centro histórico do Porto tenha perdido, nos tempos mais
recentes, cerca de 35% da sua população residente. A gentrificação destes
territórios, culturalmente caracterizados por profundo bairrismo e dinâmicas de
interligação familiar, ocorre silenciosamente, com o poder político cego pelos
benefícios económicos que o turismo lhe oferece. As estratégias de reabilitação
só fazem sentido se sustentadas sobre dinâmicas de equilíbrio entre agentes
culturais, turísticos e habitacionais. O reconhecimento das vantagens e o
reduzido controle sobre este tipo de negócio, provocou uma natural especulação
sobre o mercado de arrendamento nestas zonas, impossibilitando o acesso às
gerações mais jovens de habitarem estas zonas. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Será pertinente e urgente, legislação que
controle e licencie este tipo de alojamento e que crie equilíbrios nas
densidades ocupadas, conseguindo consequentemente o travamento da duplicação
anual deste tipo de alojamento, como ocorre actualmente na cidade de Lisboa.Taxar
o turismo não é solução é oportunismo! </span><span style="background: white; color: black; font-family: "arial";"><o:p></o:p></span></div>
PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/02939523461247360839noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-62163808827624634612016-04-19T10:59:00.002+01:002016-04-19T10:59:43.461+01:00Duas casas modernas de puro vernacular<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBOcz0ObLw2LV7rixlYc-t6w0nc8-Xq9nFbMbutfW9BUPqX1ZgurrrBiUx2N0r5j8iok-VIPX-HzBwYsFiVLqsg04sg2m4-BcFpv-NLQV_DWzFGdqA868Z4RSC1xE0Uy6_S0eF6XK2GGM/s1600/Pedro+Novo+Mar%25C3%25A7o.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBOcz0ObLw2LV7rixlYc-t6w0nc8-Xq9nFbMbutfW9BUPqX1ZgurrrBiUx2N0r5j8iok-VIPX-HzBwYsFiVLqsg04sg2m4-BcFpv-NLQV_DWzFGdqA868Z4RSC1xE0Uy6_S0eF6XK2GGM/s320/Pedro+Novo+Mar%25C3%25A7o.JPG" width="226" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
A Serra da Estrela sempre foi um território de impossível indiferença e com lógicas e tradições ancestrais. A transumância e as lides das gentes do frio constituíram-se enquanto fonte de construção de estórias e tradições com raízes antigas. O incontornável granito da serra ao ser domado pelo gelo foi a base da construção de “choças” e abrigos de pastores, edificados em frentes recolhidas de montanha com construção de granito e madeira. É com base nestas construções de pastores que as duas casas da Serra da Estrela, desenhadas por Luiz Alçada Baptista na década de 60 do séc. XX demonstram um profundo sentido vernacular, sustentando no carácter o desenho em modelos modernos europeístas, tornando-se num dos mais extraordinários exemplos do modernismo português. As habitações estão carregadas de história relativa à sua família e ao seu incontornável papel no decorrer da vida cultural contemporânea portuguesa onde revelam um legado de valor imaterial de enorme importância. Cumulativamente, as duas casas são também “acompanhadas” por um fabuloso sistema hidráulico centenário de recolha, controlo e transporte das águas por levadas, ajustando todo o empreendimento à singularidade da sua natureza. Perante um enquadramento serrano entre montanhas e uma posição estratégica no território, as casas permitem enunciar um desenho de paisagem equilibrado com uma presença “camuflada” entre árvores, levadas e afloramentos rochosos. Um implantação cuidada, de um desenho generoso na negociação entre a presença do “intruso” e a força da paisagem, revelando o verdadeiro <i>genius loci</i> que o vernacular habilmente nos deixou. Uma resposta inteligente de um desenho arquitectónico complexo, sobre dois hexágonos entre-cruzados e simultaneamente desmaterializados na forma. Uma organização espacial onde se enuncia Frank Lloyd Wright ou Coderch. A casa principal articula dois pisos em 4 níveis de cota diferenciados, açaimando a paisagem no seu interior através de pequenos vãos cirurgicamente ajustados nos paramentos exteriores. Perante a complexidade descrita é desconcertante a fluidez do desenvolvimento e sequência dos espaços, ou na conseguida hierarquização da tipologia nos dois eixos da organização (vertical e horizontal). Se a paisagem e a organização espacial foram detalhadamente trabalhadas, a matéria não foi esquecida. O granito exterior reforça uma expressão solida de dureza serrana contrastando com o minimalismo fragmentado interior através do betão e do enquadramento dos afloramentos rochosos no seu interior. A negação do ângulo recto permitiu a formulação de um contexto habitacional dinâmico mas pejado de artifícios. O mais interessante na corrente “modernista beirã” das construções das décadas de 50 e 60, é denotarem profundas influências com tropicalismos e europeísmos modernos, fundindo-os com leituras baseadas no lugar e na tectónica tradicional. Nas palavras de Kenneth Frampton o pós-modernismo português inconscientemente, (por esta altura e em particular na zona centro de Portugal), constituiu-se no “Regionalismo Critico” acabando mais tarde por Siza Viera ser o seu maior percursor. As duas casas da Serra da Estrela são sem dúvida um caso singular de extraordinária qualidade que merece reconhecimento e nota num território do interior centro do país, onde em outros tempos, a sua qualidade arquitectónica foi força suficiente para que outros não as conseguissem afundar!</div>
PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/02939523461247360839noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4343063266300766679.post-58356936672172574642016-01-05T15:35:00.000+00:002016-01-05T15:40:41.826+00:00Utopias<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoAbxTfM2PtmyG3oMpRTpEtMuUt4N1WB00VLxtcdVseQsett4JCirmwswFZm-iqb4iYnqdPFXz4g3SC0TYr60tOP7GKSb3Ycbqn4CHNSjLNhFXGnm4Y8vTMDH6rdePwzi7An-YquUKoG0/s1600/Capturar.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoAbxTfM2PtmyG3oMpRTpEtMuUt4N1WB00VLxtcdVseQsett4JCirmwswFZm-iqb4iYnqdPFXz4g3SC0TYr60tOP7GKSb3Ycbqn4CHNSjLNhFXGnm4Y8vTMDH6rdePwzi7An-YquUKoG0/s320/Capturar.JPG" width="226" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;">Perante a estruturação de
uma série de premissas num objecto arquitectónico, com base no desafio da
corrida contra o tempo, as novas tecnologias viabilizaram a capacidade de
resposta assim como a qualidade das mesmas. As novas tecnologias associadas à
computação e ao desenho assistido por computador, são hoje uma natureza
insofismável. Permitem a desenvoltura do pensamento arquitectónico sobre
ferramentas, antes desconhecidas, de estruturação das lógicas de espaço/tempo.
A capacidade de execução rápida na construção das realidades pensadas, aliada
ao acesso de informação na Internet é hoje matéria de estudo relativamente às
consequências que provocam na definição das linguagens globalizantes, nas
realidades regionalistas e sobretudo no pensamento arquitectónico
contemporâneo. A arquitectura globalizou-se no eixo da informação e degenerou
na concepção da sua natureza, hoje as respostas aos desafios actuais são cada
vez mais efémeras, portáteis e sem perenidade, talvez por isso, os concursos de
ideias nunca fizeram tanto sentido. É nestas dinâmicas de desafio/resposta que poderemos
reposicionar o enquadramento social, político e económico da arquitectura perante
a nossa sociedade. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;">A sociedade do espectáculo
mutuou-se numa realidade virtual onde o “</span><i style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;">star
system” se </i><span style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;">descentralizou e adquiriu novos protagonistas. Os papéis foram
trocados e agora quem dá as cartas são “ateliês de algibeira” ou de “vão de
escada”. A democratização dos papéis dos principais actores estabeleceu-se na
corrente das novas tecnologias de informação, permitindo dar voz a qualquer um
sem constrangimentos económicos ou sociais. É nestes processos de reorganização
do cenário mediático em torno da arquitectura, que encontramos a importância dos concursos de
ideias para quem começa a carreira ou procura encontrar espaço e tempo para reflexões extra contexto de trabalho. Os concursos de ideias sempre existiram e
os desafios por si determinados originaram, em alguns dos casos, situações em
que as respostas menos consideradas foram as que perpetuaram no tempo. Facto
que espraia a importância da decisão e que determina a incoerência que por
vezes reina em quem julga. Não obstante, a experiência de nos propormos a considerar
uma utopia sobre uma série de premissas para um determinado local, por si só,
já mereceu a pena! <o:p></o:p></span></div>
</div>
PEDRO NOVO ARQUITECTOShttp://www.blogger.com/profile/02939523461247360839noreply@blogger.com1