No passado recente, dois prémios Pritzker e uma série de galardões
internacionais alteraram de forma brilhante as coordenadas do panorama
arquitectónico português, conseguindo potenciar um olhar mais atento por parte
de académicos, investidores e críticos internacionais. Os resultados são os
esperados, reduzidas portas abertas para o mercado internacional e uma natureza
“pouco comercial” sem capacidade de ultrapassar as dificuldades. Perante o
panorama de crise interna, a África lusófona permitiu uma sustentabilidade
temporária maioritariamente aos pequenos ateliers portugueses, neste oceano de
águas turvas. Actualmente a economia ergue-se, a banca financia cada vez
mais os privados e as dinâmicas em torno da construção emergem energicamente em
torno da recuperação do imobiliário. Uma recuperação que vem tarde, onde um
passado recente de crise empurrou milhares de jovens arquitectos para
além-fronteiras e obrigou outros tantos a se reinventar, a alterar o modus operandi da profissão ou a
escolher outros caminhos diferenciados da arquitectura. Alguns dirão que é a “ordem natural das coisa”, outros “um mal necessário” para fortalecer a
profissão, na certeza porem, quem verdadeiramente perdeu foram os processos de
consolidação da arquitectura no nosso território e um sem número de jovens
promessas a Pritkzer que hoje contribuem para outras realidades! Perante tempos
complexos e sem ancoragens, a incerteza pairará no rumo das academias, na nossa
actual cultura arquitectónica e sobretudo no nosso criticismo bacoco!
artigo publicado na
revista Concreta 2016
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