13/09/22

Hugo Landeiro Domingues

 




Hugo Landeiro Domingues, fundanense de gema com raízes à Aldeia das Aranhas, terra de seus pais. Em menino brincou e construiu a sua personalidade pelas ruas do Fundão, junto de outros “artistas” que conheceu no seu percurso pelo agrupamento de artes da Escola Secundária do Fundão. É talvez nesta época que Hugo Domingues aguça a sua paixão pelas terras da Beira e em particular pela Serra da Gardunha.

Atingida a maioridade ingressou na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Design de Comunicação e onde regressaria, anos mais tarde, para frequentar o mestrado em Design de Comunicação e Novos Media. Era também pós-graduado em Comunicação e Imagem pelo IADE e em Marketing de Eventos e Produtos Turísticos pela Universidade da Beira Interior.

Foi também professor convidado na Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco, no curso de Design de Comunicação e Produção Audiovisual, onde era conhecido pela exigência e rigor, pelo questionamento e entusiasmo que tentava transmitir às gerações mais novas, nas várias disciplinas que leccionava.

Enquanto designer de comunicação, iniciou o seu percurso pela capital, assumindo a direcção criativa de várias agências de design de comunicação e publicidade onde teve oportunidade de trabalhar para clientes como a EDP, FNAC, GALP, PT COMUNICAÇÕES, Agência LUSA, Tranquilidade ou Singer, entre muitas outras multinacionais.

Com espírito empreendedor e paixão pelo seu trabalho, sempre acreditou que conseguiria responder aos desafios colocados, independentemente da dimensão dos clientes. Ao fundar a sua primeira empresa, dividia o tempo entre o Litoral e o Interior, colocando o design ao serviço do desenvolvimento e da criação de valor territorial. Contribuiu para a atual identidade territorial da cidade, fazendo nascer reconhecidas marcas como a Cereja do Fundão, o Encontro do Vento ou o aclamado Festival dos Caminhos da Transumância, mais conhecido por “os Chocalhos”.

Realizou ainda consultoria em projectos de inovação, marketing, branding, design e identidade territorial e implementou produtos locais de onde se destacam em particular marcas como a “iNature” de promoção de turismo sustentável em áreas classificadas, a “Grande Rota da Transumância” e as “Rotas da Gardunha”.

A sua paixão pela tipografia permitiu-lhe criar diversas fontes tipográficas, que podem ser encontradas nas mais diversas publicações ou identidades, como é o caso da Casa da Cereja ou da renovação da identidade do Jornal do Fundão. Foi criador, coordenador e editor de diversas publicações locais e regionais, como a revista Solstício e o Almanaque Ocaia de matriz regional e que versam sobretudo as temáticas da natureza e da região da Beira interior. Em parceria com outros agentes locais, foi também ele criador, dinamizador e colaborador em eventos culturais como o TeatroAgosto ou o Solstício - Festival da Natureza.

Parceria, foi um termo que sempre fez parte do seu léxico e assim se entende que tenha sido membro activo de diversas associações de dinamização e desenvolvimento territorial, cultural e turístico de Beira Interior.

O seu portfólio é infindável e quase impossível de enumerar.

Nenhum obstáculo da sua vida o fez parar. Com a generosidade que lhe era característica, partilhava ideias com todos e plantava criatividade em vários pontinhos da Beira Interior. Com irreverência e astúcia, arriscava. Era perfeccionista e todos os seus trabalhos revelam-se num encontro entre um conhecedor exímio da região e um designer genial.

O Hugo nunca disse não a mais um desafio! Homem de pensamento ousado para os seus pares e repleto de uma identidade universal, com um profundo conhecimento das coordenadas identitárias do interior.

O Hugo merece ser recordado pela sua vida de partilha, pelo legado que deixou à cidade, às suas gentes e sobretudo a este território que tanto amou. 

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